quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pará investiga 32 casos de microcefalia

Thiago Vilarins
Da Sucursal
O Ministério da Saúde atualizou ontem os dados de microcefalia relacionados à infecção pelo vírus Zika e apontou 32 casos suspeitos da doença no Estado do Pará. No último Boletim Epidemiológico, divulgado no dia 15 de dezembro, o Estado aparecia com três registros sendo investigados. Ainda de acordo com o balanço, os 32 casos estão distribuídos por oito municípios. Em todo o País, foram notificados 2.782 casos suspeitos da doença e 40 óbitos, até 19 de dezembro. Esses casos estão em 618 municípios de 20 unidades da Federação.Criança com microcefalia
Para efeito de comparação, ao longo de 2014, o Pará registrou seis casos de microcefalia e o País, 147. Segundo o Ministério da Saúde, a investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika é feito em conjunto com gestores de Saúde de estados e municípios. Equipes técnicas de investigação de campo da pasta estão trabalhando nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará. Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
 O ministério capacitou mais 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de Zika (Pará, Bahia, Amazonas, Alagoas, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal). Contando com as cinco unidades referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros com o conhecimento para fazer o teste. Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios (Espírito Santo, Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina), somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika em todo o País.
 No Pará, os exames estão sendo feita pelo Instituto Evandro Chagas, que também atende às demandas do Estados do Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará, Alagoas, Sergipe e Bahia. O Ministério da Saúde também realizou nesta semana pregão para compra de insumos (primers e sonda) para a realização de 250 mil exames a um custo de R$ 645 mil. Até a primeira quinzena de janeiro, todos os laboratórios terão recebido os insumos.
Alerta
Durante a divulgação do balanço, o ministério ainda alertou que as medidas de combate ao Aedes aegypti devem ser reforçadas nas férias e festas de fim de ano, período marcado por chuvas em muitos estados do País e com maior circulação de pessoas. Para reforçar a importância de eliminar os focos do mosquito, o Ministério da Saúde recomenda aos viajantes que, antes de saírem de suas casas, façam uma vistoria para eliminar os recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro do mosquito.
 “Se hoje não temos uma vacina para o Zika, chikungunya ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Por isso, é importante fazer um grande apelo à sociedade: antes de sair de férias, descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes, todo e qualquer recipiente que possa acumular água parada. Casa vazia não pode servir de criadouro do mosquito. Dessa maneira, com a ajuda de governos federal, municipal e toda a população, vamos fazer uma grande mobilização nacional para combater o mosquito”, apela o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.
 O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem curta, é preciso estar atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito.
 Os ovos do mosquito podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente a transmissão. Por isso, é necessário lavar os recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha. Não importa se você mora em casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir. São suficientes 15 minutos por semana para fazer a vistoria em toda casa e eliminar todos os possíveis focos do mosquito. (Pararijos NEWS)

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