quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Nestor Cerveró passará Natal e Ano Novo no Rio de Janeiro - Geraldo Bubniak / Agência O Globo
CURITIBA E RIO — O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Lava-Jato em Curitiba, deixou a Superintendência da Polícia Federal nesta quarta-feira para passar o Natal e o Ano Novo com a família, no Rio de Janeiro. Ele deve ficar até o dia 2 de janeiro em casa, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e por escolta policial. No aeroporto de Curitiba, ele passou com tranquilidade por passageiros, sem ser hostilizado. Curiosos pararam para tirar foto dele e fazer selfies à distância.
No entanto, durante o voo, ele foi vaiado, principalmente na chegada ao Aeroporto Santos Dumont, segundo passageiros. Um carro da Polícia Federal ficou à espera dele no pátio, enquanto a imprensa o aguardava no saguão. O ex-diretor, que ficou nas últimas fileiras do avião, ainda teve que ouvir gritos de "ladrão". Uma pessoa passou mal na aeronave e teve que ser socorrida por uma ambulância na chegada.
Enquanto todos os passageiros e a tripulação saíram pela porta da frente da aeronave da Azul, Cerveró deixou o avião pela porta de trás, acompanhado de dois policiais federais. Ele com certeza não percebeu, mas escapou ileso de um perigo adicional: o lutador de MMA Cristiano Marcello, de 38 anos, que chegou inclusive a participar de lutas no UFC num passado recente, estava entre os passageiros indignados do voo.
— Indulto de Natal? É um absurdo isso, deixa a gente muito revoltado.
Marcello não ficou perto do ex-diretor da Petrobras, mas perguntado sobre o que teria vontade de fazer se tivesse ficado, respondeu:
— Ah, sei lá... A vontade ia ser é de dar um golpe de boxe nele.

O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava-Jato, decidiu ficar na prisão por considerar injustas as condições impostas a ele para usufruir do benefício de liberdade. A saída temporária da dupla estava prevista nos acordos de delação premiada firmados com a Justiça.
Para Youssef celebrar os festejos de fim de ano longe das grades, ele teria que alugar uma casa em Curitiba, e a família teria horários definidos para visitá-lo, diferente de Cerveró.
— Ele se sentiu injustiçado. Tentamos negociar com a Justiça para diminuir esse rigor, mas como não houve acordo, Youssef preferiu ficar e receber visita de familiares, como outros presos — explicou o advogado dele, André Pontarolli, ao chegar nesta manhã na Polícia Federal.
CELEBRIDADE
Cerveró será monitorado por uma empresa de Curitiba, Spacecom, contratada pela Justiça Federal. Ela já monitora outros presos da Lava-Jato com tornozeleiras. Ele chegou no Aeroporto Internacional Afonso Pena com dois agentes e aparentando tranquilidade. Ele fez check-in numa ala nova do local, inaugurada nesta quarta-feira.
Como não podiam chegar perto do ex-diretor da Petrobras, curiosos e os próprios funcionários do aeroporto ficaram à distância fotografando Cerveró. Tentou-se até tirar selfie. Não houve nenhuma hostilidade no local.
A advogada Alessi Brandão disse que, diferente de Youssef, Cerveró ficou satisfeito com o acordo que resultou na sua liberação.
— Ele está bem feliz por poder ficar com a família — afirmou.
(Pararijos NEWS)

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