sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Eletrobras tem interesse em hidrelétrica


Eletrobras tem interesse em hidrelétrica (Foto: Ney Marcondes)
Potencial hidrelétrico do rio Tapajós, no Pará, será utilizado por usina (Foto: Ney Marcondes)
A usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós está na lista de prioridades da Eletrobras. O diretor financeiro da estatal Armando Casado informou que a empresa está se preparando para entrar no leilão de concessão da usina, previsto para ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final deste ano, mas ainda sem data exata. 
A usina tem custo estimado em cerca de R$ 25 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia. A estatal mineira Cemig também anunciou que tem interesse em participar da licitação da usina.
Maior empreendimento do setor previsto para os próximos anos, a usina de São Luiz do Tapajós deve ser construída próximo ao município de Trairão. O projeto do Governo Federal prevê a construção de duas usinas hidrelétricas no rio Tapajós, no Pará. Juntas, devem gerar cerca de 8,5 mil megawatts (MW) de energia elétrica.
São Luiz do Tapajós (6.133 MW) e Jatobá (2.338 MW) fazem parte de um planejamento energético mais amplo, que prevê o uso intensivo do potencial hidrelétrico ainda não utilizado na Amazônia.
Armando Casado informou que a Eletrobras está se preparando para entrar no leilão. O executivo disse acreditar que, aos poucos, estão sendo colocadas condições para aumentar a atratividade dos investimentos no setor elétrico, como a agilização das licenças ambientais, a revisão de taxas de retorno e a solução para o déficit hidrelétrico.
LIMITE
Segundo ele, o limite de 50% de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas novas hidrelétricas, incluindo Tapajós, não deverá inviabilizar o empreendimento.
Com relação à Cemig, coube ao presidente da empresa Mauro Borges Lemos, anunciar o interesse em ampliar os negócios na região amazônica. “A Cemig está presente em grandes projetos da região, como as usinas Belo Monte e Santo Antônio. Tapajós poderia ser a próxima etapa para a empresa ampliar seus ativos naquela região”, disse, em nota à imprensa.
O executivo elogiou o lançamento do Plano de Investimentos em Energia Elétrica do Governo Federal, que prevê a contratação, entre 2015 e 2018, de projetos que representarão aportes de R$ 186 bilhões. “O programa é fundamental. São investimentos completamente gigantescos e a Cemig vai estar muito atenta, pois é de nosso interesse se houver algum detalhamento nas condições em que esses investimentos serão oferecidos”, afirmou.
ADIAMENTO
No início de junho deste ano, executivos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, chegaram a anunciar o adiamento do projeto Tapajós.
O anúncio do adiamento foi comemorado pelos índios da etnia Munduruku que, juntamente com ativistas do Greenpeace, protestam contra a construção de um megaprojeto na região - o Complexo Hidrelétrico do Tapajós- que, segundo a organização não governamental, poderá ter ao todo, cinco hidrelétricas na região que fica a noroeste do Pará e consiste em uma das mais belas paisagens da Amazônia.
A usina São Luiz do Tapajós chegou a ter seu leilão anunciado para o dia 15 de dezembro do ano passado, mas o Ministério de Minas e Energia teve que voltar atrás e adiar o leilão após pressão do povo Munduruku, que não teria sido devidamente consultado sobre a obra.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)

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