domingo, 18 de outubro de 2015

Audiência pública discute problemas após naufrágio

Audiência pública discute problemas após naufrágio (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)
Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal se reuniu, ontem, com a comunidade atingida pelo naufrágio. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)
Enquanto centenas de pessoas se reuniam na tentativa de encontrar soluções para os problemas causados pelo naufrágio de um navio que provocou a morte de quase 5 mil bois em Barcarena, o comerciante Paulo Roberto Souza, de 43 anos, desfrutava de um churrasco, a poucos metros daquela reunião. Ele assava uma parte da carne que retirou de um dos bois que morreu logo no início da manhã do dia 6 deste mês, após a tragédia, mesmo com os alertas de que não era para ninguém consumir a carne.
Enquanto isso, moradores do município de Barcarena lotaram o salão paroquial da Igreja de São João Batista, no distrito de Vila do Conde, na manhã de ontem, durante audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal. 
Segundo a professora Simone de Fátima Pinheiro Pereira, do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da UFPA, os 4.600 bois mortos que continuam presos dentro do navio representam grandes riscos. “A decomposição desses animais produz 4 gases, 2 deles letais”, alerta. A professora afirma que, caso os 700 mil litros de óleo não sejam retirados o mais rápido possível e ocorrer novos vazamentos, os resquícios poderão permanecer no rio pelos próximos 40 anos. 
Cerca de 40 famílias saíram de uma das comunidades atingidas por que não conseguiram suportar o mal cheiro. O problema, porém, já foi sanado, com a retirada dos bois mortos das praias, trabalho coordenado pela Companhia Docas do Pará (CDP).

REIVINDICAÇÕES
Entre os vários representantes das comunidades da região, Petronilo Progênio Alves, membro do grupo de trabalho que representa 126 famílias, apresentou várias reivindicações, entre elas, o acesso a água tratada, indenizações em caráter de urgência, remanejamento das famílias atingidas e a construção de uma central de monitoramento, gerenciamento e controle ambiental, formada pelos órgãos ambientais, empresas e sociedade civil. Após as quase 5 horas de audiência pública, a comissão parlamentar foi até o píer da Companhia Docas do Pará (CDP) visitar o local do acidente. Os especialistas afirmaram que os trabalhos estão no rumo certo.
(Pararijos NEWS/Michelle Daniel/Diário do Pará)

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