terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tratamento para hepatite C começará com 200 pessoas no PA

Foto: Ministério da SaúdeFoto: Ministério da Saúde
Cerca de 200 pessoas serão beneficiadas inicialmente, no Pará, pelo novo tratamento de hepatite C a ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Trata-se de uma medicação mais moderna, que possibilita cura a 90% dos casos, enquanto os medicamentos usados atualmente chegam no máximo a 47% de chance de cura. A expectativa do governo é tratar 30 mil pessoas em um ano. Os novos remédios provocam menos efeitos colaterais e custam menos aos cofres públicos.
A previsão é que chegue ao Estado em setembro. Todos os anos surgem cerca de 10 mil casos de hepatite C no Brasil. No País, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, 1,5 milhão de pessoas convivem com a hepatite C, a forma mais grave da doença. De 1º de janeiro a 29 de julho deste ano foram confirmados 102 casos de hepatite C no Estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O tratamento atual custa US$ 24 mil por paciente. Agora, as combinações feitas com daclastavir, simeprevir e sofosbuvir custam US$ 9,6 mil por pessoa. Os Estados Unidos adotaram os três remédios há um ano. O ministro comparou a mudança no tratamento da hepatite C com o que acorreu quando do lançamento dos coquetéis contra a aids. “Estivemos em Brasília no lançamento da nova medicação. Fomos a coordenação escolhida pelo Ministério da Saúde para representar a região Norte, por causa do trabalho que estamos fazendo através da campanha Julho Amarelo’, lançada no dia 22 de maio deste ano”, contou a coordenadora estadual de hepatites virais, Cisalpina Cantão.
“As pessoas precisam se prevenir e queremos mostrar aos que estão infectados que há tratamento para a doença pelo SUS. O ministério lançou, inclusive, esse tratamento para a hepatite C. Tem um protocolo a ser seguido e fizemos um levantamento de quem se enquadra nele. A princípio são cerca de 200 pacientes. Nem todo mundo fará o novo tratamento”, disse. A coordenadora de hepatites virais da Sespa também explica os diferenciais da nova medicação. “O que há de mais inovador é que o remédio é em forma de comprimido, enquanto os demais são injetáveis. O tratamento também é curto, com duração de três a seis meses, e os efeitos colaterais são praticamente zero. O mais importante de tudo é a possibilidade de cura. Esperamos o mais rápido possível disponibilizá-lo aos pacientes”, frisou Cisalpina Cantão.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 3% da população mundial pode estar infectada com o vírus da hepatite C. Estima-se que cerca de 170 milhões de pessoas estejam cronicamente infectadas, e destas, cerca de 350 mil morrem, por ano, no mundo. O último dia 28 de julho foi marcado pelo Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que tem por objetivo atrair a atenção da população, incentivando o diálogo e alertando sobre a importância dos exames para identificação das doenças.
As hepatites virais consistem na inflamação do fígado e são causadas, principalmente, por cinco tipos de vírus (A, B, C, D e E). Algumas delas podem agir silenciosamente por décadas sem a manifestação de sintomas e, quando o diagnóstico é feito tardiamente, o paciente pode apresentar um quadro avançado de cirrose ou câncer no fígado. Os vírus B e C podem causar inflamação crônica do fígado, normalmente sem sintomas, evoluindo para cirrose hepática e câncer no órgão. Os sintomas surgem de 15 a 45 dias após contato com o vírus e, geralmente, causam pele e olhos amarelados, além de urina escura e fezes claras.
(Pararijos NEWS)

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