quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Energia será reajustada em 6,30%

Energia será reajustada em 6,30% (Foto: Marco Santos)
(Foto: Marco Santos)
A energia elétrica ficará mais cara em cerca de 2 milhões de unidades consumidoras no Pará. É que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Celpa a fazer um novo reajuste na tarifa - o segundo do ano.
Desta vez, o motivo foi o aniversário da venda da distribuidora, como ocorre anualmente, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Consumidores residenciais (baixa tensão) terão aumento de 6,30%, enquanto que, para os setores comercial e industrial de médio e grande porte (alta tensão), o índice será de 10,22%.
“Acho que começamos com uma crise ética, que foi para a política e virou econômica. Há 20 anos não se sofria tanto”, afirma um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Maria Mendonça, que também preside o Centro das Indústrias do Pará (CIP). 
“Boa parte das indústrias não tem como repassar esse aumento ao consumidor, então há perdas. O setor de alumínio, por exemplo, está numa situação dificílima, porque consome muita energia”, revela. Ele afirma que há uma proposta dos consumidores de alta tensão encaminhada a órgãos como Aneel, Governo do Estado e Assembleia Legislativa, que discorre sobre a priorização da produção sobre o consumo na hora de calcular a tarifa para a indústria, mas sem respostas até o momento.

EFEITO DOMINÓ
Para o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena. O reajuste terá um efeito dominó. “Você paga a conta de luz na boca do caixa, atravessa e entra no supermercado e paga mais caro porque o empresário vai repassar ao consumidor esse aumento.” 
Trata-se do 17º reajuste praticado pela Celpa desde sua privatização, em 1998. De lá para cá, o consumidor residencial acumula nada menos que 470% de aumento contra uma inflação de 204% para o mesmo período. “O injusto, de novo, é que temos que pagar a mais por conta dos problemas gravíssimos das secas no Sul e Sudeste”, diz Sena. Segundo ele, o Pará é um dos maiores produtores e exportadores de energia elétrica do país. 
Para Roberto Sena, os mais prejudicados serão as cerca de 3,5 milhões de pessoas que ganham um salário mínimo no Pará. “O mínimo subiu a inflação, de 7%, mas a luz já subiu mais de 50% do ano passado para cá”.
COMO USUÁRIOS ECONOMIZAM ENERGIA
A servidora pública Lourdes Costa, de 49 anos, divide uma casa no bairro Maracangalha, em Belém, com outras três pessoas. Há cerca de dez anos, começou a mudar os hábitos da família para fazer a conta de luz baixar. Além da troca de lâmpadas e do uso limitado de aparelhos como microondas, máquina de lavar e ferro elétrico, ela fez tudo para que a luminosidade natural seja aproveitada ao máximo, a fim de manter os interruptores desligados: mantém a casa pintada de branco, colocou tijolos de vidro nas paredes, instalou janelas basculantes de vidro, entre outras medidas. “Mesmo assim eu sinto falta da casa mais bem iluminada e de poder deixar o som ligado e a música tocando o dia todo”.

Com os constantes reajustes pesando na conta de energia, o analista de sistemas Guto Cavalleiro, 30 anos, fez uma série de mudanças em casa para conseguir um consumo que ele desse conta de pagar. “Todas as lâmpadas da casa eram fluorescentes, cortei chuveiro elétrico e o ar condicionado. Em vez de passar a noite toda em 18 graus, ficava em 22 e eu só ligava na hora de dormir”. 
Ele disse que também colocou filtro de linha em todas as tomadas da casa. “Na hora de sair, cada filtro era desligado e todos os aparelhos ligados a ele ficavam em stand-by”.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)

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