sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Governador garante apuração rigorosa de crimes e apoio do Estado às famílias das vítimas

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (06), no Comando Geral da Polícia Militar, em Belém, o governador do Pará, Simão Jatene, ressaltou o rigor no trabalho de investigação feito pelo Sistema de Segurança Pública do Estado para solucionar os crimes ocorridos na noite da última terça-feira (4), em vários bairros da capital. O governador enfatizou sua indignação com o fato, e garantiu o apoio total do Estado aos familiares das vítimas, que já vêm recebendo acompanhamento permanente.
A entrevista contou com a participação do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha, do comandante geral da Polícia Militar, coronel Daniel Mendes, do delegado geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino, e do corregedor da PM, coronel Vicente Braga.
“Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que o Estado está fazendo o possível para minimizar o sofrimento desses familiares, que tiveram essa experiência dramática. Se o governo não pode, muitas vezes, evitar o delito, ele tem o dever de investigar, dar soluções aos casos e garantir total apoio para amenizar a dor das famílias, e evitar que a impunidade termine contribuindo para a reprodução de mais crimes”, afirmou o governador. 
Questionado sobre os boatos gerados nas redes sociais sobre uma suposta intervenção da Guarda Nacional em Belém, Jatene ressaltou que não há nenhuma necessidade de se pedir apoio do sistema de segurança do governo federal. “Desde o primeiro momento que o sistema de segurança soube desses crimes, todo um efetivo foi acionado, e se mostrou suficientemente pronto para atender essa questão. Portanto, não existem razões para a intervenção da Guarda Nacional”, afirmou. 
Soluções rápidas - Simão Jatene também citou alguns crimes de grande repercussão que foram combatidos com êxito pelo Estado, como o assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (sudeste paraense); a chacina de Icoaraci (distrito de Belém), que vitimou seis adolescentes, e o esquartejamento do vigilante Joelson Souza, também na capital, que foram investigados e solucionados em um curto espaço de tempo. “A polícia do Estado já mostrou, em vários momentos, que está equipada não apenas fisicamente, mas equipada enquanto instituição, para investigar e se chegar aos envolvidos no crime”, reiterou.
Questionado a respeito dos investimentos em segurança pública feitos pelo Governo do Estado, Jatene destacou o aumento do efetivo policial e a ampliação das instalações de Unidades Integradas Pro Paz (UIPPs) em diversas regiões do Pará. “Equipar o policiamento e investir no sistema de repressão é importante, sim, mas isso não é suficiente para combater o crime. É preciso investir em prevenção e programas, como o Pro Paz. Na reunião do Comitê Permanente da América Latina para a Prevenção do Crime, realizada em Belém no início desta semana, o debate foi centrado justamente nessa questão. A violência urbana tem e deve ser entendida como um problema social, e não apenas como caso de polícia”, completou.
Políticas sociais - O governador destacou ainda a importância do avanço nas políticas sociais, e disse que o Governo do Estado não vai medir esforços para punir os responsáveis pelos crimes. “Por mais eficiente que seja a apuração, por mais precisa que seja a identificação dos culpados, e por maior que seja a punição, dentro da legalidade, nada disso é capaz de apagar a dor e a mágoa das famílias das vítimas nesse momento. Por isso, não podemos medir esforços para dar uma resposta, o mais rápido possível, à sociedade. Execução é algo que não pode ser aceito em nenhuma sociedade moderna”, enfatizou Jatene. Ele informou que diversos órgãos governamentais, especialmente a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), têm oferecido acompanhamento permanente às familiares, prestando o apoio necessário.
Na coletiva, Luiz Fernandes Rocha também ressaltou que o policiamento continua reforçado na Região Metropolitana, e atua de forma integrada para punir todos os responsáveis pelos crimes. Em outra linha de atuação, a Polícia Civil investiga a divulgação de informações nas redes sociais que tiveram a intenção de causar pânico na população.
De acordo com a Polícia Civil, das 11 mortes ocorridas em Belém entre a noite de terça-feira (4) e a madrugada de quarta-feira (5), sete ocorreram em circunstâncias semelhantes e em bairros próximos, após o assassinato do cabo da Polícia Militar Antonio Marcos da Silva Figueiredo, 44 anos.
O Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves” informou que as vítimas são: Bruno Barroso Gemaque, 20 anos; Jefferson Cabral dos Reis, 27; E.F.G.C., 16; César Augusto Santos da Silva, 23; Nadson da Costa Araújo, 18; Jean Oscar Ferro dos Santos, 33, e Allersonvaldo Carvalho Mendes, 37. 
Reforço - Para garantir tranquilidade à população, houve um reforço no contingente de policiais que estão nas ruas de Belém, especialmente nos bairros onde ocorreram os crimes. De quarta-feira (5) até a manhã de hoje (06), nenhum homicídio foi registrado na Região Metropolitana de Belém pelo Sistema de Segurança Pública do Pará. Já são mais de 36 horas sem mortes violentas.
Para auxiliar no monitoramento dos bairros, as polícias Civil e Militar contam com 187 câmeras, instaladas em pontos estratégicos da Região Metropolitana. As imagens são monitoradas 24 h, por uma equipe de 20 militares, no Centro Integrado de Operações (Ciop), onde também funciona o gabinete interinstitucional de gerenciamento, que traçou as novas estratégias para atuação da polícia.
Com o policiamento reforçado, as ruas dos bairros da Terra Firme e Guamá registraram, na manhã desta quinta-feira, um intenso movimento de pessoas. Segundo o comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior, 150 policiais foram destacados dos Batalhões de Eventos e de Choque para atuação nos dois bairros, além do efetivo normal do batalhão. O reforço ainda conta com 39 viaturas e 16 motos.
Nas escolas, o policiamento é diferenciado. “Na maioria delas estamos com viaturas nas portas, para garantir a tranquilidade dos estudantes e da população em geral. Além disso, também estamos com as rondas e equipes em pontos estratégicos, com o apoio de Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças”, destacou o coronel Dilson Júnior.
Além do Guamá e da Terra Firme, o batalhão é responsável pelo policiamento em outros quatro bairros: Jurunas, Cremação, Condor e Batista Campos. Cerca de 600 policiais atuam em todos os bairros, divididos por turnos. Com o reforço, 300 homens atuam no policiamento preventivo, principalmente nos bairros do Guamá e Terra Firme.
Agência Pará

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