quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Corpo de policial militar será sepultado hoje

O velório do cabo da Rotam (Ronda Tática Metropolitana), Antônio Marco da Silva Figueiredo, morto na noite da última terça-feira, no bairro do Guamá, em Belém, atraiu dezenas de familiares, amigos e colegas de farda para a igreja dos Capuchinhos. As últimas homenagens aconteceram durante todo o dia de ontem até o início desta manhã. O enterro será hoje, em um cemitério particular em Marituba.
A família estava muito abalada com a perda de Antônio que há 22 anos fazia parte da corporação, mas nos últimos cinco anos permanecia afastado por questão de saúde, devido um baleamento no joelho. Os parentes não permitiram a aproximação da imprensa onde o corpo do policial estava sendo velado. Também não quiseram falar sobre a morte, mas, de acordo com informações do tenente-coronel Rosinaldo, da Rotam, o policial, que estaria quase reformado, era ameaçado. “A mãe comentou que ele estava sendo ameaçado, que o alertava para se mudar do bairro, mas ele nunca quis. Como todo policial, ele era muito visado. Chegou, inclusive, a colocar sistema de circuito de monitoramento externo até o final da rua da casa dele”, disse o tenente-coronel. 
De acordo com o comandante, não chegou a ter contato ou trabalhar com Antônio, mas soube, através de outros colegas, que o cabo “era um bom policial, profissional, sempre combatia a criminalidade”. Ainda segundo Rosinaldo, dois homens já foram identificados e já estão sendo procurados pelo envolvimento na morte do policial. Os apelidos e fotos não serão divulgados para não atrapalhar as buscas, porém, ao total, seriam oito pessoas que teriam participado dessa execução. A motivação continua sendo investigada.

16 PMs MORTOS
Figueiredo, como também era conhecido, foi o primeiro PM da Rotam assassinado este ano. Por outro lado, entrou para as estatísticas de 16 policiais militares mortos este ano, segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar.
“Passamos todo o ano cobrando do Estado para que agilize a situação do crime contra o Estado, para que tome providências mais rígidas para quem comete crime contra um agente público. A sociedade está assustada, mas o Governo não traça nenhuma estratégia para diminuir o índice de violência. Mais uma vez, percebemos o quanto a estrutura de segurança pública está falida”, enfatizou o cabo Francisco Xavier, presidente da Associação. No ano passado foram 32 policiais assassinados.

BOATOS
Ônibus incendiado, tiroteio, arrastões e outras mortes, incluindo policiais. Durante todo o dia de ontem, várias informações como essas começaram a se propagar entre os belenenses. A maioria delas surgiu nas redes sociais e se tratava de outros registros de violência em toda a Região Metropolitana de Belém, o que provocou verdadeiro pânico, após uma madrugada sangrenta. Por toda parte o cidadão andava ainda mais assustado. Até mensagens ameaçadoras foram divulgadas pela internet, mas nada foi confirmado pelo Centro Integrado de Operações (Ciop).
Para o tenente-coronel da Rotam, bairros como Terra-Firme, Jurunas e Guamá, já foram bairros mais conflituosos que nos dias atuais, mas ainda possuem um elevado índice de criminalidade. Porém, houve um reforço policial em toda a capital, passando longe do status de “alerta” ou “toque de recolher” – como muito foi dito -, para tentar oferecer segurança à população.
As dez mortes estão sendo investigadas pela Divisão de Homicídios, em São Brás. O delegado – diretor, Claudio Galeno, disse que as investigações já iniciaram na tentativa de elucidar todos os crimes, mas que até o momento não é possível repassar nenhuma informação sobre o trabalho.
(Diário do Pará)

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