sábado, 5 de dezembro de 2015

Fraudes em planos de manejo chegam a R$ 28 milhões

Fraudes em planos de manejo chegam a R$ 28 milhões (Foto: Bruno Carachesti/Diário do Pará)
PF e outros órgãos federais cumprem mandados de prisão na RMB e em Tailândia, Santarém, Portel e Almeirim. (Foto: Bruno Carachesti/Diário do Pará)
A operação Tabebúia – nome científico da árvore ipê - iniciou, na manhã de ontem, o cumprimento de mandados judiciais para combater um esquema de desmatamento ilegal e farsa em sistemas florestais que envolvem 5 empresas exportadoras de madeira com atuação no Pará. A fraude ultrapassa R$28, 4 milhões. Até o final da manhã de ontem, 3 mandados de condução coercitiva e 8 de prisão temporária haviam sido cumpridas, sendo 6 na Região Metropolitana de Belém (RMB). 
Iniciada a partir de uma suspeita do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as investigações flagraram uma concentração de ipê superior à declarada no plano de manejo florestal intitulado PMFS Jovino Vilhena, também chamado de Fazenda Esmeralda, que está localizado no município de Santarém. Através dos dados do Sisflora – sistema que registra a movimentação dos produtos florestais comercializados – foi identificado que tal plano afirmava transportar grandes quantidades de ipê para a empresa exportadora Jari Florestal S/A, localizada a 500 km da sede do plano de manejo.
Porém, as declarações apontavam que o percurso entre o plano e a Jari era cumprido em uma hora e, em alguns casos em até em 10 minutos, quando seriam necessários dias para cumpri-lo. Tratava-se de transportes de madeira ‘virtuais’ que eram registrados no sistema, mas que não existiam na prática. As movimentações feitas apenas pelo PMSF Jovino Vilhena entre 23 de dezembro de 2014 e 27 de fevereiro de 2015 já foram responsáveis por um rombo de R$28, 4 milhões, sendo R$11,7 milhões relacionados às transações apenas de ipê. 
Segundo o superintendente do Ibama, Alex Lacerda, do total de planos de manejo vistoriados pelo instituto, foram identificadas fraudes em mais de 90%. “Essas empresas estão bloqueadas, não podem comercializar, já foram autuadas e vão responder, agora, criminalmente”, garante. Além do Pará, a ação envolveu ainda buscas e apreensões nos Estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. 
A operação é realizada em conjunto pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF), Ibama e Justiça Federal. Procuradora do MPF, Nayana Fadul explicou que a fraude era executada para ‘esquentar’ carregamentos de madeira ilegais que eram extraídas de áreas indígenas ou de proteção ambiental. Declarando, através da inserção de créditos de madeira ‘virtuais’ no sistema, que o carregamento havia sido retirado de uma área com permissão para tal, os fraudadores faziam com que a madeira comercializada parecesse ‘legal’. 

EMPRESAS
Conforme a PF, a partir da identificação do envolvimento do Plano de Manejo Jovino Vilhena com a empresa Jari Florestal S/A, iniciou-se o estabelecimento de vínculos do mesmo plano florestal com outras 4 empresas que também teriam recebido ipê. São elas: Pampa Exportações; Irmãos Alvarenga Indústria e Comércio de Madeira; KM Comércio e Exportação de Madeiras e a Legno Trade Comércio, Importação e Exportação de Madeira. (Pararijos NEWS)

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