quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Seminário discute dança em universidade

Seminário discute dança na ETDUFPA (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Já imaginou se, entre as disciplinas do ensino básico, como português, matemática, história, artes, tivesse também aulas de dança? Porém, as aulas não se baseariam no recreativo ou no conhecimento de estilos, mas sim no pensamento do corpo, da arte e da história a partir do movimento corporal. Esta é a proposta de diversos professores, alunos e pesquisadores da arte que estão organizando o 8º Seminário de Pesquisa em Dança, que se encerra hoje, promovido pela Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA), que vem discutir o tema “Formar Para Que? A Dança no Cenário Político Brasileiro”. Dentre vários convidados, chama atenção a participação de membros do corpo administrativo de poderes públicos que trabalham com a educação, como a Secretaria de Educação do Município de Belém e a Pró-Reitoria de Ensino e Pesquisa da Universidade Federal do Pará. O objetivo? Questionar qual o espaço para o ensino da dança na educação básica e superior.
Para a organizadora do evento, a professora doutora da ETDUFPA, Ana Flávia Mendes, o tema surgiu pelo fato do evento ter sido concebido em período de greve dos professores da UFPA, caracterizando um momento político aflorado, mas também por conta de discussões sobre o currículo do profissional de educação física do ensino básico e a invisibilidade da dança como área de conhecimento. “Essa discussão ainda está muito devagar. No âmbito da prefeitura de Belém, da SEMEC – Secretaria Municipal de Educação, já há um espaço se abrindo, houve concurso, mas ainda assim o professor de dança (ou de teatro), é lotado como professor de artes, tendo que dar conta de conteúdos que não são especificamente da dança. E nas escolas privadas isso está mais distante. Porque mesmo que a gente veja uma movimentação das danças nessas escolas, elas são consideradas atividades extracurriculares. São escolinhas de dança dentro da escola”, explica.
Uma das convidadas é a professora doutora da Universidade Federal da Bahia, Dulce Aquino, que visualiza avanço nas políticas públicas voltadas para a dança. “Nós conquistamos uma cadeira no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC – do Ministério da Cultura), avançamos nos cursos de dança do país, por conta do Reuni [programa do Ministério da Educação, que pretende reestruturar e ampliar os cursos das universidades federais]. Temos presença firme em algumas regiões do país, mas o mercado é difícil. A música tem uma indústria poderosa, a televisão evidencia o teatro, mas a dança não”, diz.
(Gustavo Aguiar/Diário do Pará/Pararijos NEWS)

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