sábado, 21 de novembro de 2015

Rede integrada garante acolhimento à mulher vítima de violência no Pará


A Diretora de Atendimento a Grupos Em Situação de Vulnerabilidade, Simone Edoron, explica que a descentralização gerou aumento de denúncias
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 21/11/2015 09:54:00
Na semana em que o Pará abraça, de forma oficial, a campanha “16 dias de  Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, o Estado reforça ainda mais o atendimento às vítimas. Na última segunda-feira (16), o governador Simão Jatene entregou dez novas viaturas às delegacias de mulheres do interior. A entrega ocorreu no encerramento do Primeiro Seminário de Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher no Pará, com a participação de todas as delegadas e assistentes sociais encarregadas do acolhimento às vítimas de violência. O investimento na compra de novas viaturas confirma os avanços na melhoria do atendimento.
Além da Criação da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis, da Polícia Civil, em 2012, o aumento no número de delegacias especializadas foi um marco. Em 2011, o Estado tinha cinco unidades do gênero. Hoje, o Pará tem 16 Delegacias da Mulher, em municípios como Capanema e Barcarena. Além disso, foram implantados cinco polos do Pro Paz integrado, para prestar atendimento especializado, tanto às mulheres, quanto às crianças e adolescentes, em Santarém, Tucuruí, Altamira, Paragominas e Barcarena.

Essa descentralização do atendimento acabou gerando um aumento da demanda das denúncias. Com a criação desses espaços regionais, a mulher teve mais um estímulo para acreditar na legislação”, diz a delegada de Polícia e Diretora de Atendimento a Grupos Em Situação de Vulnerabilidade, Simone Edoron. Outra forma de acolhimento às mulheres vítimas de violência são as caravanas “Mulher viver sem violência”, que desde o ano passado, já estiveram em mais de dez zonas rurais do Estado, levando palestras educativas e equipes de delegadas para ouvir possíveis registros policiais.
Assistência - Neste ano, o tema da campanha de enfrentamento à violência contra as mulheres é “Tome atitude, quebre o silêncio” Com a inauguração do Pro Paz Deam, em julho do ano passado, as mulheres que moram em Belém passaram a ter um atendimento integrado, que facilita a denúncia. Considerada referência nacional, a unidade garante atendimento policial e social, com equipes de psicólogos e assistentes sociais. Antes da implantação dessa delegacia especializada, a mulher precisava vencer o medo e a timidez para conversar primeiro com a delegada ou delegado.
Hoje, ela é primeiramente atendida por uma assistente social, que depois encaminha a vítima diretamente aos demais setores, como perícia, psicólogo, delegacia e promotoria, tudo funcionando no mesmo local. “Antes, as mulheres chegavam a desistir de fazer as denúncias, porque teriam que percorrer vários caminhos. Hoje o Pro Paz pensou na junção de tudo, para que ela tenha a garantia de todos os serviços em um único local”, diz a coordenadora do Pro Paz Integrado, Naiana Dias.
Foi também encorajada por essa facilidade no atendimento que a estudante Ana Paula Soares, 29 anos, decidiu denunciar as ameaças de morte que vem recebendo do ex-namorado. Inconformado com o término do relacionamento, há um mês ele vem perseguindo a mulher com ameaças de agressões e chantagens, usando vídeos íntimos do casal. Atendida pela assistente social do Pro Paz Deam, a estudante pôde enfim entender o significado da palavra acolhimento. “Quando fui à delegacia, tive que ser interrompida várias vezes durante o meu relato, porque, enfim, eles precisam priorizar a parte criminal, né? Mas aqui não. Eu me senti à vontade para desabafar, chorar, e agora serei orientada a fazer o que for preciso para garantir minha tranquilidade e segurança”, contou, aliviada.
Syanne Neno
Secretaria de Estado de Comunicação
(Pararijos NEWS)

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