domingo, 10 de janeiro de 2016

Sobre as águas que banham Belém

Sobre as águas que banham Belém (Foto: Cezar Magalhães)
(Foto: Cezar Magalhães)
No barco, da Baía do Guajará. É da água que o autônomo Ailson Gouveia de Souza, 60 anos, tem a primeira visão de Belém no despertar de cada dia. Já tomada por 1,4 milhão de pessoas, a capital paraense tem os rios como companheiros mais ilustres. “Da água, a visão de Belém é privilegiada”. Separado da área urbanizada de Belém pela baía, o morador da Ilha do Cumbu inicia seu contato mais próximo com a água quando o sol ainda não pode ser visto, às 4h de cada manhã. Seja em busca de compras para o seu restaurante instalado em palafitas ou de atendimento médico, é sobre as águas, em trânsito para Belém, que Ailson passa a maior parte do seu tempo. “O rio é a minha rua. Aqui é a nossa (avenida) Almirante Barroso”, compara.
Embalada pelo som característico dos barcos que circulam a todo momento, do meio do rio a dicotomia que marca Belém fica bem evidente. Em um extremo, os prédios e grandes construções turísticas. Do outro, árvores centenárias se impõem e deixam o aroma da floresta no ar. “É impossível ver Belém sem os seus rios”, afirma Prazeres Quaresma dos Santos, 47 anos. Vizinha de Ailson e também proprietária de um restaurante na Ilha do Cumbu, a recepção costumeira de turistas brasileiros e estrangeiros mantém desperto o olhar para a beleza da cidade abraçada pela água. 
“Eles se impressionam muito com a urbanização da cidade e com a possibilidade de, em 10 minutos, já estarem em meio à floresta”, atesta. “Esse elo quem faz é o rio”. Da morada em que nasceu e foi criada, na Ilha das Onças, a servidora pública Maria Nazaré dos Anjos Furtado, 40 anos, ainda hoje é acordada com os ruídos oriundos da Baía do Guajará. 
Na água que cerca cada momento de sua vida, a ribeirinha se banha, pesca e se locomove todos os dias até a capital. “Belém é o nosso primeiro recurso e o rio é o que nos permite chegar até ela”. Enfrentando 30 minutos de viagens todos os dias para trabalhar em Belém, a relação de Maria Nazaré com a “cidade das mangueiras” e com as águas que lhe banham é maior do que é possível explicar. “Belém é terra maravilhosa, nem sei dizer”.
(Pararijos NEWS/Cintia Magno/Diário do Pará)

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