terça-feira, 29 de dezembro de 2015

MP investigará morte de bombeiro

MP investigará morte de bombeiro (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)
O sargento do Corpo de Bombeiros Cláudio Silvestre foi enterrado ontem. Promotor quer saber circunstâncias do afogamento. (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)
Familiares e amigos de farda prestaram suas últimas homenagens ao sargento Cláudio Silvestre Franklin, 42 anos, no enterro que aconteceu na manhã de ontem (28), no cemitério Santa Izabel, em Belém. O corpo do militar chegou em um caminhão do Corpo de Bombeiros, envolto na bandeira da corporação. A mãe do sargento chegou a desmaiar durante a cerimônia. Um dos homens da guarnição, que também estava a bordo do bote utilizado na operação de proteção balneária, participou do enterro do amigo. Ele estava muito abalado e preferiu não falar com o DIÁRIO. A Promotoria Militar informou que vai investigar as circunstâncias da morte do bombeiro (leia ao lado).

O sargento Cláudio Silvestre Franklin, piloto de lancha, e o cabo Daniel Vieira, 42, estavam atuando na Ilha de Cotijuba e faziam o percurso da praia Vai Quem Quer à do Farol, no fim da tarde da sexta-feira (25), quando o bote inflável em que viajam parou e ficou à deriva. Segundo um integrante dos Bombeiros, que não quis se identificar por temer represálias, o bote teria parado por falta de combustível. Com a chuva e os ventos fortes, o clima estava muito frio. Foi quando Silvestre e Vieira decidiram entrar na água morna, para se aquecerem um pouco.

Eles ficaram segurando na borda da embarcação, mas o vento e a tempestade provocaram marolas muito fortes, arremessando o cabo e o sargento para longe do bote. O cabo Vieira conseguiu nadar e foi socorrido, na praia do Vai Quem Quer. Foi quando teve início a operação de busca. O corpo de Silvestre foi encontrado no fim da manhã de domingo (27), próximo à Praia do Farol, em Mosqueiro. O velório ocorreu na sede do Comando Geral da corporação.
INDICIADO

A Promotoria de Justiça Militar abrirá sindicância para investigar as circunstâncias que levaram à morte do Sargento Cláudio Silvestre. Para o comando da corporação, o acidente foi uma fatalidade causada pela tempestade que caiu naquele dia. Mas o promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, instaurou procedimento para levantar as causas do acidente que vitimou o militar, que estava há 6 anos no serviço de salvamento aquático do Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros. A promotoria quer saber por que houve a necessidade da guarnição (composta por mais 3 bombeiros) ter entrado no rio para se proteger do frio e tempestade que caiu na sexta-feira (25). “Vamos verificar se o bote usado para a missão era adequado e se havia equipamentos de proteção necessários”, afirmou.

Por exemplo, se os coletes salva-vidas estavam em dia e se havia em quantidade suficiente para todos. E ainda o que ocorreu para que os oficiais se jogassem na água. “A morte do sargento Silvestre, que era um profissional experiente, precisa de esclarecimento técnico, pois este tipo de acidente não é comum de acontecer”, declarou Armando. Todos os integrantes do Grupamento serão ouvidos e se ficar comprado que houve problemas com os equipamentos, o comandante do Grupamento Marítimo Fluvial, tenente coronel Roger Teixeira, poderá ser indiciado por homicídio culposo, com pena que pode chegar a 4 anos de prisão e perda da farda. Brasil explicou que o Comando do Corpo de Bombeiros terá o prazo de 40 dias para repassar as informações pedidas pela Promotoria.

O comandante geral dos Bombeiros, Nahum Fernandes, descartou a possibilidade de o bote não estar com os equipamentos de segurança necessários. “São todos equipados com material de proteção individual e, sobre a pane no bote, tudo será periciado”, relatou. “Segundo informações que tivemos, havia coletes salva-vidas dentro do bote”.

(Diário do Pará/Pararijos NEWS)

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