domingo, 23 de agosto de 2015

Pará registra mais de 530 mil multas em sete meses

Foto: Igor Mota/ O LiberalFoto: Igor Mota/ O Liberal
De janeiro a julho deste ano, foram registradas 532.958 infrações no Pará, das quais 200 mil apenas em Belém. Tanto no Estado quanto na capital paraense a principal infração cometida é transitar em velocidade superior à permitida, o que contribui para acidentes, inclusive com vítimas fatais. Das cinco infrações mais cometidas no Pará, as duas são por transitar em velocidade superior à permitida, respondendo praticamente por quase a metade das infrações cometidas no trânsito no Estado. É o que revelam os dados divulgados pelo Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e que englobam estatísticas próprias e também da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “O paraense ainda não deu a importância devida ao trânsito com relação à preservação da vida”, diz o diretor técnico e operacional do Detran, Valter Aragão.
Ainda segundo ele, o motorista paraense “ainda não se apercebeu do quanto é importante o trânsito e o quanto ele deve pensar na preservação da vida, em primeiro lugar. Se o fizer, talvez diminua mais o pé no acelerador, não faça ingestão de bebida alcoólica, use o capacete e o cinto de segurança. E adote, portanto, um comportamento mais voltado para a preservação da vida”. As cinco principais infrações cometidas no Pará são, pela ordem: transitar em velocidade superior à permitida mais de 20%; transitar em velocidade superior à permitida mais de 20% até 50%; conduzir motocicleta sem as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran); avançar sinal vermelho/parada obrigatória; e conduzir motocicleta com passageiro sem equipamento de segurança.
Já em Belém, as cinco primeiras são: transitar em velocidade superior à permitida mais de 20%; transitar em velocidade superior à permitida mais de 20% até 50%; avançar sinal vermelho/parada obrigatória; estacionar sobre faixa destinada a pedestres; e estacionar em local/horário proibidos. Um milhão e 60 mil foi o total de infrações registradas, em 2014, por todos os órgãos autuadores, e as duas principais foram transitar em velocidade superior à permitida. Este ano, e até agora, já foram registradas mais de 500 mil infrações. “Estamos quase na média do ano passado, com 532 mil infrações. Aparentemente, estamos caminhando no mesmo rumo do ano passado”, diz Valter. Ao considerar o comportamento dos condutores, que não muda - “e, em alguns casos até piora”, o diretor do Detran diz que a tendência é o aumento do número dessas infrações, já que novos órgãos de trânsito são criados, há novos agentes nas ruas e novos equipamentos de radares estão sendo instalados nas vias e rodovias.
Velocidade
Em que pesem as campanhas educativas e, também, de fiscalização, os números registrados em 2015 são altos. “Nos preocupa o avanço dessas infrações. No primeiro semestre foram muitas as infrações relacionadas ao excesso de velocidade”, diz Valter Aragão. Ele completa: “Os órgãos, de maneira geral, têm campanha de redução de acidentes, de cuidados na direção, para a não ingestão de bebidas alcoólicas, para o uso de capacete. E a velocidade é um dos fatores geradores de acidentes. Esse balanço nos preocupa. Quase metade das infrações é por excesso de velocidade”, afirma.
Ainda segundo o diretor do Detran, “o excesso de velocidade é um fator de risco para a ocorrência de acidentes de trânsito e as pessoas não estão se preocupando com a sinalização, nem com a multa. Não estão se preocupando com a própria vida”.
Valter Aragão diz que, no que compete ao Detran, esses números são repassados para o setor de educação do órgão, para a realização de campanhas educativas nas escolas, nos centros sociais e nas igrejas. “Temos um trabalho preventivo. Mas, infelizmente, é muito difícil você mudar um comportamento”, explica. Nesse processo, ele também destaca a importância do papel da imprensa, de divulgar essas informações, mostrando que, com base nas estatísticas, os motoristas não estão tomando os cuidados necessários ao volante.
Ainda conforme o diretor, as justificativas dos condutores para tentar explicar o excesso de velocidade são as mais diversas: ele alega, por exemplo, que estava distraído, e não percebeu que ultrapassou o limite permitido para aquela via, ou com muita pressa, pois estava atrasado para um determinado compromisso. “Ao exceder a velocidade, ele está colocando em risco não só a sua vida, mas as de todas aquelas pessoas que estão transitando naquela área”, afirma.
No Pará, em terceiro lugar no ranking das infrações está conduzir a motocicleta sem capacete. “Temos um índice maior na Região Metropolitana de Belém. Mas, à medida que a gente vai se distanciando da RMB e dos grandes centros, observa-se que isso (o não uso desse equipamento de segurança) vai aumentando. Tem cidades aí que não se vê ninguém de capacete. Essa pessoa coloca em risco a sua própria vida e a de terceiros, pois, muitas vezes, também transporta crianças”, afirma o diretor do Detran.
Muitas vezes, o motociclista alega estar sem o capacete porque saiu para “ir ali rapidinho” ou, então, diz que conduz a moto com cuidado e nunca se envolveu em um acidente. Valter também observa que, segundo dados médicos, quando há um acidente com moto, o condutor pode sofrer vários traumas pelo corpo. “Nós sabemos que cerca de 48% dos leitos, no Pará, são ocupados por vítimas de acidentes com moto. O capacete reduz o trauma, dependendo muito do acidente. Mas, em linhas gerais, ele protege”, afirma Valter Aragão, que faz um alerta: não basta apenas usar o capacete, é preciso afivelar o equipamento. Em caso de choque, e se o equipamento não estiver afivelado, o capacete irá voar. Embora não sejam nominados, o diretor do Detran diz que, seguramente, há motocicletas entre os veículos flagrados em excesso de velocidade no Pará e em Belém.
Álcool
Entre as cinco principais infrações de trânsito, no Pará, não aparece o consumo de bebida alcoólica, o que também preocupa as autoridades. Em julho, houve uma quantidade muito grande de infrações pelo fato de o condutor estar sob o efeito de bebida alcoólica, principalmente nos grandes balneários. Valter Aragão diz que, para este segundo semestre, um dos focos do Detran é a prevenção, cujo carro-chefe é a educação, com a realização de palestras. “Mês que vem teremos a Semana Nacional de Trânsito, falando sobre a importância da redução desses acidentes, mostrando esses números”. O outro foco do Detran é a repressão: fortalecendo a fiscalização, adquirindo mais equipamentos de fiscalização, com motos, viaturas, investindo em tecnologia, equipamentos para os agentes usarem no dia a dia. Há uma previsão de concurso até o final do ano para aumentar o efetivo do Detran. Atualmente, há aproximadamente 300 agentes do Detran no Estado. Detalhe: a frota atual é de mais de 1,6 milhão de veículos, no Pará. E essa frota aumenta, em média, 13% ao ano no Estado.
(Pararijos NEWS)

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