quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Governo federal elabora novas estratégias contra queimadas

O governo federal preparou ações de prevenção, combate e monitoramento dos focos de incêndio na região amazônica, durante o segundo semestre. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pelas estratégias de enfrentamento, enviou nota a O LIBERAL, ontem, destacando a concentração do trabalho em localidades do Estado do Pará. De acordo com o sublinhado pelo órgão, a atuação será focada na BR-163 e na rodovia Transamazônica, onde há mais incidência de queimadas. O Ibama também prometeu estar presente em áreas dos complexos de assentamento no Leste paraense, especificamente no município de Moju. No Estado, já há oito brigadas implantadas, atuando em quase 7 milhões de alqueires. As estruturas são capacitadas, remuneradas e equipadas para confrontar os incêndios, segundo o Instituto.
Ao todo, são mais de 1,2 milhão de quilômetros a serem fiscalizados, no Pará. E as ações devem ser intensificadas principalmente no segundo semestre, período em que o número de focos aumenta. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no ano passado foram registrados mais de 35 mil focos ativos detectados, sendo 738 no primeiro semestre e 35.210 no segundo. Esta é a maior quantidade de focos entre as sete unidades federadas da região Norte. Já em 2015, até agosto, foram contabilizados 2.662 focos, 1.281 entre janeiro e junho, número que já provoca preocupação nas autoridades competentes. Entretanto, até aqui, o Maranhão possui mais focos de incêndio (4.202).
Foto: Nelson Feitosa/IbamaFoto: Nelson Feitosa/Ibama
O Ibama também se comprometeu a intensificar as ações em conjunto com todas as esferas de governo. O Estado do Pará já informou, em publicação feita no portal do governo, estar desenvolvendo estratégias para enfrentar os incêndios do segundo semestre. Desde julho deste ano, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) desenvolveu o Sistema de Monitoramento de Incêndio Florestal (SMI-Floresta), com o apoio da Vale, para acompanhar com mais eficiência cada um desses casos. “Em 2006 já atuávamos com esse sistema, mas agora ele é mais robusto, mais moderno. Temos 19 satélites monitorando toda a extensão do Estado, que nos atualizam a cada quatro horas. Agora conseguimos cruzar as informações com os dados climatológicos, para que a gente tenha as áreas de maior suscetibilidade a queimadas, com escassez de chuva, por exemplo”, explica o diretor de Geotecnologias da Semas, Vicente de Paula Sousa, em publicação feita no portal do governo paraense.
ON LINE
O sistema é totalmente on-line. “Ele tem o caráter de socializar. É interessante para a gente que a comunidade se envolva. Nosso objetivo é, a cada caso, ter uma ação imediata, para que se chegue a tempo de dar o flagrante ou a orientação devida. Agora conseguimos cruzar as informações do sistema também com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), e a partir da localização saber em que área e quem é o provável responsável pela queimada, descobrir se é reserva legal, se é área de proteção permanente ou se área de uso alternativo do solo”, garante o diretor.
O SMI-Floresta identifica os níveis de calor em vários pontos do território, basta acessar o sistema pelo site da secretaria. O trabalho terá o apoio próximo da Sessão de Monitoramento da Defesa Civil do Pará, que inicia neste semestre um projeto piloto. O sistema já verifica diariamente os focos de incêndio a partir de vários sistemas on-line.
Em toda a região Norte foram contabilizados pelo Inpe 85.462 focos ativos de incêndio, em 2014. Quase todos surgiram no segundo semestre (81.644), enquanto menos de 10% apareceram nos primeiros seis meses (3.818). Neste ano, 4.682 focos foram identificados entre janeiro e junho, mas 5.084 já estão verificados em julho e agosto. Somente em julho, 3.446 focos foram detectados. No mesmo mês do ano passado, 3.360 focos foram marcados. Os Estados nortistas com mais focos, até dezembro de 2014, foram o Pará, o Maranhão (25.435), o Amazonas (9.288) e Rondônia (7.604).
(Pararijos NEWS)

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