sexta-feira, 3 de julho de 2015

Jatene foge de perguntas sobre o incêndio no PSM

Jatene foge de perguntas sobre o incêndio no PSM (Foto: Jaime Souza/Arquivo)
Jatene fugiu de perguntas da imprensa sobre envolvimento dele em esquema para ocultar e burlar laudo do Corpo de Bombeiros sobre o PSM da 14 (Foto: Jaime Souza/Arquivo)
Na manhã de ontem, o governador Simão Jatene e o coronel Nahum Fernandes, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), estiveram no evento que comemorava o Dia Nacional do Bombeiro, no quartel do comando-geral da Corporação, em Belém. Era para ser um dia de festa. Jatene e o coronel Nahum discursaram e apresentaram dez veículos de combate a incêndios florestais, adquiridos com recursos federais, de cerca de R$ 16 milhões, conseguidos ainda no governo de Ana Júlia Carepa, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Havia, porém, um clima de tensão. 
Era a primeira ocasião em que o governador e o comandante-geral do CBM apareciam juntos num evento público, após o incêndio que ocorreu no Pronto-Socorro Mário Pinotti, o PSM da 14, na semana passada e que acabou causando a morte de, até agora, três pessoas. O episódio levou o promotor militar Armando Brasil a declarar a abertura de Procedimento Investigatório Criminal (PIC), para apurar a culpa de Jatene, do coronel Nahum e do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, no incêndio. 
Suspeitos de estarem envolvidos num esquema para ocultar e burlar o laudo do CBM, do ano passado, que apontou diversas irregularidades no hospital - inclusive problemas na fiação elétrica, que teriam dado origem ao incêndio -, o governador, o prefeito e o coronel podem ser processados. E Zenaldo pode até ser acusado de homicídio doloso indireto, podendo pegar pena de 6 a 20 anos de prisão, conforme denunciou reportagem do DIÁRIO. 
Durante seu discurso no evento, Simão Jatene falou sobre a importância do trabalho dos bombeiros e agradeceu o empenho de todos os integrantes da Corporação. O governador, porém, estava visivelmente tenso. E ficou ainda mais nervoso quando, durante a coletiva à imprensa, a reportagem do DIÁRIO preparava-se para questioná-lo sobre o incêndio no PSM da 14 e o suposto desaparecimento do laudo do CBM. 
No mesmo momento, assessores de Jatene cercaram o governador e fizeram um cordão de isolamento, para tirá-lo do local da entrevista. Com isso, o coronel Nahum Fernandes teve de responder sozinho às perguntas sobre as investigações a respeito do sumiço do laudo e da tragédia no PSM da 14. “Não posso adiantar nada. O perito está fazendo o seu trabalho. Em breve, teremos esse laudo concreto do sinistro que houve no hospital”, disse. E, a cada pergunta que se seguia, o coronel dava a mesma resposta: “Não posso adiantar nada. Vamos esperar o perito concluir o seu trabalho”. 
O comandante-geral do CBM do Pará chegou, ainda, a ser questionado diretamente se o prefeito Zenaldo Coutinho teria feito algum pedido especial com relação ao suposto desaparecimento do laudo emitido em 2014 pelos Bombeiros. Nahum Fernandes poderia negar, dizer que isso nunca aconteceu. Mas o coronel preferiu desconversar e se restringiu a falar da perícia que está sendo realizada com o intuito de apontar as causas do incêndio no hospital. “O Corpo de Bombeiros está elaborando o laudo. Vamos ter um pouco de paciência.”
(Diário do Pará)

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