(Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)
Ao experimentar pela
primeira vez o sistema biométrico da carteira estudantil, Juliana
Nascimento, 22 anos, levou quatro vezes mais tempo - e paciência. Na
manhã de ontem, ela subiu num ônibus da linha Tapanã/UFPA e, ao colocar o
dedo indicador direito na máquina, a digital não foi reconhecida. A
segunda tentativa falhou. A terceira também. Só na quarta teve o acesso
liberado.
Foram, no mínimo, 37 segundos gastos no
procedimento, que normalmente leva em torno de 11 segundos. Uma
diferença aparentemente insignificante, mas não para as outras 5 pessoas
atrás de Juliana, que aguardavam para passar na roleta do coletivo. “Se
for para ser sempre desse jeito, está ruim”, reclamou a estudante.
Desde 1° de novembro, os ônibus que
circulam em Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara
exigem a carteirinha de meia-passagem e a identificação digital daqueles
que fizeram a emissão do 1° e 2° cartões Passe Fácil, de maio de 2014
até o presente momento, ou que efetuaram o cadastro biométrico.
Segundo os motoristas e cobradores,
ainda são poucos os passageiros cadastrados e que utilizam a biometria.
Entretanto, o motorista Emerson dos Santos Souza, 41 anos, conta que é
recorrente a máquina não reconhecer a digital. Antes de o procedimento
de identificação ser aplicado aos estudantes, já era utilizado pelos
rodoviários. De acordo com ele, frequentemente é preciso colocar de 2 a 3
vezes o dedo na máquina. “Aconteceu várias vezes comigo. Quando sobem
6, 7 rodoviários, às vezes a máquina não lê. Com o estudante vai ser do
mesmo jeito”, enfatiza.
MAIS LENTO
O cobrador Zaczon Maciel, 45, da linha
Marituba/UFPA, diz que, na última segunda (2), uma estudante teve de
pagar inteira porque, após aproximar a carteira, a máquina pediu a
biometria e ela alegou não ter feito o cadastro. Kátia Rosário, 45, que
também é estudante, confirma a situação. Ela diz ter amigos que pagaram
passagens inteiras ao ir à universidade, pois o sistema pedia a
biometria e eles ainda não tinham se cadastrado. “Eu disse para eles que
isso era errado. Não deveriam pagar nada, só depois que se
cadastrassem. Com esse sistema, ficou tudo mais lento”, declara Kátia
Rosário.
Até os cobradores reclamam do novo
sistema. Geisiane Rocha, 29, cobradora da linha Guamá/Montepio, diz que a
biometria atrasa o seu trabalho, principalmente quando um usuário tenta
usar a carteira de outra pessoa registrada biometricamente. Depois de
mais de 3 tentativas, a máquina se bloqueia, a roleta trava e só é
possível passar 3 minutos mais tarde. “Isso só dificulta mais ainda o
nosso trabalho por causa da demora. Pensa nas filas nos horários de
pico”, diz a cobradora.
(Renata Paes/Pararijos NEWS/Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário