(Foto: Bruno Carachesti)
Uma história construída e
contada pela grafia nipônica, pelo português e pela linguagem oral dos
indígenas: assim é a saga do município de Tomé-Açu, no nordeste
paraense.
A terra dos índios Tembé foi colonizada,
inicialmente, por portugueses, mas ficou realmente marcada pela atuação
dos imigrantes japoneses, que se mudaram para a região e mudaram o rumo
da economia e da cultura local.
VEJA CURIOSIDADES HISTÓRICAS DE TOMÉ-AÇU
O decreto que elevou o território à
categoria de município, emancipando-o do município de Acará, completa 56
anos nesta terça-feira (1°), mas a história de Tomé-Açu inicia ainda
com os índios Tembé, da nação Tenetehara.
Os Tembé foram os primeiros habitantes da região que praticavam culturas de subsistência nas margens do rio Acará-Mirim.
(Foto: Daniel Pinto)
Segundo registros históricos, o
primeiro homem branco a chegar ao local foi o português José Maria de
Carvalho, que também se tornou o primeiro comerciante de madeira na foz
do Igarapé Tomé-Açu.
Inclusive, o território atual do
município ainda seria adquirido pelo português Agapito Joaquim de
Cristo, que denominou a terra de Fazenda Boa Vista.
Mas foi na segunda década do século XX
que Tomé-Açu começou a receber os primeiro imigrantes nipônicos, o povo
que transformaria a história da região.
Um grupo de cientistas japoneses chegou
ao Pará, em 1926, com o objetivo de instalar colônias agrícolas e
implantar práticas modernas de cultivo. Anos depois, surge a Companhia
Nipônica de Plantação do Brasil.
A instituição compra, em 1929, a área da
antiga Fazenda Boa Vista e, a partir daquele ano, 43 famílias nipônicas
desembarcam do navio Montevideu Maru, totalizando 189 imigrantes.
A primeira grande revolução na economia de Tomé-Açu começa, quase que por acaso, em 1933.
Após a morte de um imigrante, o navio
que trazia os japoneses parou em um porto de Cingapura. Um dos
ocupantes, Makinosuke Usui, pegou 20 mudas de pimenta-do-reino e trouxe
para o Pará.
(Foto: Reprodução/Facebook)
O gesto tornaria o município o
maior produtor mundial de pimenta-do-reino, que ficou conhecida como
“diamante negro da Amazônia”.
Na década de 1950, Tomé-Açu chegou a
produzir cerca de 800 toneladas da iguaria e, em 1972, a produção bateu o
recorde de 5.000 toneladas.
Com o declínio da venda e do preço da
pimenta-do-reino, na década de 1980, e no início do século XXI, os
produtores agrícolas de Tomé-Açu tiveram que diversificar a produção,
alavancando o mercado com produtos como açaí, acerola e cacau - com
destaque para as duas últimas, onde o município é um dos principais
produtores no Brasil.
(Hélio Granado/DOL/Pararijos NEWS)