André se apaixonou por Larissa, que na verdade, nunca existiu. (Foto: Divulgação/Facebook )
Tudo começou com um simples
“oi”. Era o dia 9 de abril deste ano, uma quinta-feira. Passavam 34
minutos do meio-dia, quando o empresário paraense André Franco, 43 anos,
mandou a primeira mensagem, pelo Facebook, para uma pessoa que se
apresentava nas redes sociais como Larissa Motta. Ela dizia ter 25 anos e
era linda. Traços finos, cabelos loiros e lisos, olhos amendoados,
pernas roliças. André iniciou a conversa acreditando que poderia ser o
início de, no mínimo, uma amizade com uma bela mulher. Se tivesse sorte,
a coisa poderia evoluir para uma paquera ou até mesmo um namoro. Nada
saiu como ele pretendia.
Menos de 4 meses depois, a
vida de André tinha se transformado num inferno que rompeu as
fronteiras do universo digital, chegou ao mundo real e culminou na
delegacia da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), em
Belém. Uma história com direito a todos os elementos de uma
novela: amor, suspense, sonhos de casamento e até um assassinato no
final. E que acabou repercutindo por todo o Pará, num misto de
indignação e dó, por parte de uns, e sarcasmo, por parte de outros. Até
chegar a esse ponto, no entanto, muita coisa aconteceu entre André e
Larissa.
No primeiro dia de conversas, eles se
falaram durante quase toda a tarde. Larissa disse que era cirurgiã
dentista e falava que fazia plantão em Icoaraci e morava, com os pais,
no Villa Firenze, condomínio de luxo em Ananindeua. Dois dias depois,
André pediu o número do Whatsapp a Larissa, com o argumento de que era
“melhor pra conversar”. A moça deu o primeiro drible no empresário:
“Estou sem ‘whapp’. Te daria numa boa. Mas meu celular está na
assistência”. O diálogo continuou nos dias seguintes. Sempre que podia,
Larissa deixava claro ser de família abastada. Entre as fotos do seu
perfil no Facebook, havia fotos de bailarinas que, supostamente, seriam a
própria Larissa. “Ela dizia ser apaixonada por balé, que dançava desde
os 4 anos”, conta André. Ao ser questionada em que escola praticava, a
moça disse: “Como não tenho tempo, mandei fazer um estúdio de balé em
casa”. Para André, era um alívio saber que Larissa era de família rica.
Dono da André Sanduicheria, considerada uma
das melhores lanchonetes da capital, o empresário é quase uma
celebridade na cidade e é conhecido por ser um sujeito tranquilo. Nasceu
numa família humilde e, aos 14 anos, trabalhava num carrinho de
cachorro-quente, na Avenida Tiradentes, sob o comando da mãe, dona
Maria, morta há 4 anos. A família economizava o máximo que podia, para
realizar o sonho de, um dia, ter o próprio negócio. Deu certo. Em 2008,
abriu a primeira unidade da André Sanduicheria. Hoje, são três
lanchonetes espalhadas por Belém. “Muita gente pensa que sou milionário.
Não é nada disso. Trabalho muito para manter minha empresa”, diz ele,
que se formou em Administração, em 2002, pela Unama. Sendo Larissa uma
moça de família classe A, não se aproximaria dele com nenhum interesse
financeiro.
À 0h07 do dia 15 de abril, uma quarta-feira,
André recebeu uma mensagem que o deixou feliz: “Voltei com o ‘whapp’:
98231-5285”. Agora, o casal tinha mais uma forma de comunicação. Eles
passaram a se falar diariamente pelo Facebook, Whatsapp, MSN e por
telefone. Assim, o arremedo de relação evoluiu, até André sentir que
poderia gostar de verdade daquela moça.
(Pararijos NEWS)
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