Avaliar a experiência prática e os desafios para implementar o
projeto de regularização fundiária em terras tombadas pelo patrimônio
histórico na cidade de Serra do Navio, no Amapá, dentro dos múltiplos
cenários do desenvolvimento regional das cidades na Amazônia Legal. Este
é o foco da oficina organizada pela Comissão de Regularização Fundiária
da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a ser realizada na quarta,
12, e na quinta-feira, 13, no Prédio Anexo da Reitoria, 3º andar, na
sala de reunião da Pró-Reitoria de Administração da UFPA.
Participam do evento a coordenadora Geral de Bens Imóveis do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Érica
Diogo; o coordenador Geral da Amazônia Legal da Superintendência do
Patrimônio da União (SPU), Fernando Campagnoli; a superintendente do
IPHAN, no Amapá, Juliana Morilhas Silvani; o prefeito municipal de Serra
do Navio, José Maria Lobato; a presidente da CRF-UFPA, Marlene Alvino; e
o coordenador geral do Projeto e da CRF-UFPA, André Montenegro; além da
participação de arquitetos, engenheiros, assistentes sociais,
advogados, especialistas em Tecnologia da Informação e acadêmicos da
instituição federal de ensino.
O Projeto de Regularização Fundiária e Cidadania: Valorização
Histórica, Urbanística e Ambiental de Serra do Navio é uma parceria
firmada entre a UFPA, o IPHAN, a SPU, a Prefeitura de Serra do Navio e a
Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Ele tem o
objetivo de garantir o direito social à moradia, assegurando a titulação
das casas e dos terrenos em nome dos moradores, além de valorizar o
patrimônio histórico e promover melhores condições para o
desenvolvimento municipal.
Social - A consultora da CRF-UFPA, Maria do Carmo
da Silva, informa que no dia 12 de agosto, a partir das 9 horas, haverá
uma contextualização institucional do projeto, composto por várias
etapas executivas previstas para serem concluídas em abril de 2016, além
do detalhamento dos encaminhamentos definidos em Brasília, em 2014. O
projeto conta com um investimento de R$ 681 mil do IPHAN-Amapá.
Foto: Kid Reis
Em seguida, a consultora e assistente social do projeto, Érica Laina,
abordará o processo de formação e instituição do Grupo de Trabalho
Municipal de Acompanhamento da Regularização Fundiária (GTM), além de
detalhar o Plano de Ação e Mobilização da comunidade. “O GTM é composto
por servidores, membros do setor privado, representantes da sociedade
civil e dos Poderes Executivo e Legislativo. O grupo representa o
empoderamento da comunidade no processo de regularização”, destaca
Érica.
Topografia - A partir das 14 horas, haverá a
Palestra “Os desafios e aspectos topográficos para a regularização
fundiária em terras tombadas pelo patrimônio histórico”, que será
proferida pela engenheira e consultora da CRF-UFPA, Elaine Angelim. “Os
pontos geodésicos que demarcam a poligonal de Serra do Navio foram
fixados na região por volta de 1950. Nas primeiras ações de campo,
realizadas em julho passado, para a execução do levantamento
topográfico, encontramos pontos localizados dentro do Rio Amapari e da
mata fechada, ampliando os desafios da topografia nas cidades da
Amazônia Legal. Superada esta etapa, a regularização avança para a
execução do cadastro físico-social, que permitirá um levantamento das
condições socioeconômicas dos moradores, bem como um detalhamento dos
imóveis existentes na cidade”, sinaliza.
Em seguida, Gabriel Outeiro, o consultor jurídico do projeto, falará
sobre os aspectos jurídicos da regularização fundiária em áreas de
tombamento. Segundo ele, a UFPA desenvolveu a sua experiência de
regularização atuando, inicialmente, em áreas públicas em Belém e no
interior do Pará. Em Serra do Navio, segundo ele, como a área é pública,
porém tombada pelo patrimônio histórico, isso exige outro olhar
jurídico conforme a legislação brasileira. “É importante acentuar que a
transferência das terras e as normas de preservação do patrimônio
tombado ainda não foram transferidas pela SPU para o cartório de Serra
do Navio e para a Prefeitura Municipal, ampliando os desafios”, alerta o
consultor.
No segundo dia do evento, 13 de agosto, pela parte da manhã, haverá
um debate com os participantes sobre “As perspectivas e horizontes do
Projeto de Regularização Fundiária e Cidadania”, que será mediado pela
consultora Maria do Carmo da Silva. Na parte da tarde, a partir das 14
horas, serão debatidas e sistematizadas as deliberações referentes à
experiência da regularização em terras tombadas como patrimônio público.
Comunicação - Encerrando a oficina, haverá a apresentação de um
trabalho fotográfico demonstrando a importância da imagem como um
registro histórico das etapas do processo de construção da regularização
em Serra do Navio e, ao mesmo tempo, denunciando, mais uma vez, a
contradição histórica sobre a exploração das riquezas naturais
brasileiras. “Na década de 90, quando o manganês acabou, a Indústria e
Comércio de Minérios (Icomi) deixou o buraco e nenhuma contrapartida
para a sustentabilidade e a preservação da cidade. A fotografia
documentará, ainda, gradativamente, a participação efetiva e pactuada da
comunidade na preservação histórica, urbanística e ambiental da cidade,
além de sistematizar as etapas para a conquista da segurança jurídica
da posse da terra, do direito social à moradia e sinalizar novos
caminhos para a retomada do desenvolvimento municipal”, assinala o
jornalista Kid Reis, assessor de comunicação do projeto.
(Pararijos NEWS)
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