Delegados de diferentes corporações detalharam na tarde deste sábado
(8) a operação que terminou com a morte de Celso Pinheiro Pimenta, o
Playboy, no Conjunto de Favelas da Pedreira, Zona Norte do Rio, neste
sábado.
Segundo Fabrício Pereira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da
Polícia Civil, Playboy tentou resistir a tiros de pistola. Ele afirmou
que uma pistola Glock foi apreendida na casa onde o traficante morreu e,
na residência de sua namorada, foi encontrado um Fuzil 762.
Foto: Reprodução (TV Globo)
Segundo a polícia, a operação começou por volta de 12h. Ainda de
acordo com Pereira, Playboy estava com quatro homens armados e reagiu no
momento em que a equipe da Core chegou à casa de sua namorada. "Ele
estava com quatro seguranças e tentou atirar", disse ele. Nenhum dos
seguranças, entretanto, foi preso.
Durante a coletiva, o Comando de Operações Especiais (Coe) da PM
anunciou que vai ocupar o Complexo da Pedreira por tempo indeterminado. A
determinação é da Secretaria de Segurança junto ao Comando da Policia
Militar. A ocupação já começa neste sábado (8).
"As ações visando a prisão de marginais e a apreensão de armas
continuarão", afirmou Antônio Goulart, da inteligência da Polícia
Militar. A ocupação já estava prevista desde ontem, em caso de sucesso
na operação de captura do Playboy. "O complexo é bastante extenso. Uma
estimativa de 400 homens, no mínimo, seria bom", disse o coronel.
A Polícia Federal afirmou que investiga Playboy e sua quadrilha há um
ano. A corporação levantou locais onde o bandido poderia estar. "Outros
serao presos em breve", afirmou João Luiz Araujo, delegado da Polícia
Federal. A presença de policiais e agentes do estado na folha de
pagamento de Playboy, segundo a PF e a PM, "não é impossível de
ocorrer". "A investigação vai continuar", afirmou.
Condenado a 15 anos
Um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, Celso Pinheiro
Pimenta, conhecido como Playboy, morreu neste sábado (8), após ser
baleado em uma operação no Morro da Pedreira, na Zona Norte.
Condenado a 15 anos e 8 meses de reclusão por tráfico, roubo e
homicídio qualificado, Playboy era foragido do Sistema Penitenciário.
Ele tinha recompensa oferecida por sua captura, pelo Disque Denúncia, de
R$ 50 mil.
A ação Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia
Federal contou com 80 policiais, carros blindados, um helicóptero e o
apoio de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia
Civil e da inteligência da PM do Rio. Segundo informações da Globonews,
Playboy tentou fugir após a chegada dos policiais, mas ele acabou morto
após um segundo confronto. Ele chegou a ser levado para o Hospital Geral
de Bonsucesso, no Subúrbio.
O criminoso era um dos chefes do Morro da Pedreira, e o último
remanescente da quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, que
durante anos aterrorizou moradores do Rio de Janeiro, invadindo
residências para assaltar, segundo o Disque Denúncia.
Pedro Dom, um jovem de classe média que mergulhou no crime, foi morto
pela polícia na Lagoa, Zona Sul, em 2005. Playboy atuava também na
comunidade da Lagartixa, em Costa Barros, na Zona Norte.
Ainda segundo o Disque Denúncia, Playboy teria comandado o grupo de
cerca de 50 criminosos de uma facção criminosa, que saíram do Caju para
tomar o comando do tráfico de drogas das Vilas do João e Pinheiros, no
Complexo da Maré, Zona Norte, dominadas pelo Terceiro Comando Puro
(TCP).
Encontro com coordenador do Afroreggae durante entrevista
O traficante foi entrevistado pela revista Veja, em fevereiro, num
encontro que teve a presença do coordenador do Afroreggae, José Júnior.
Neste sábado, José Júnior publicou um trecho inédito do vídeo da
entrevista em seu Facebook. Segundo ele, Playboy pediu para que a
gravação só fosse divulgada quando ele morresse ou se entregasse. No
vídeo, o traficante diz que era "um ser humano que tentou ser
trabalhador, mas as circunstâncias não permitiram".
Criminoso roubou depósito
Entre os crimes mais ousados que teriam relação com Playboy nos
últimos meses está o roubo de 193 motos de dentro de um galpão
terceirizado do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro),
na madrugada do dia 31 de dezembro, em Fazenda Botafogo, Zona Norte.
No depósito, ficavam motos rebocadas por irregularidades. Cem
criminosos participaram da invasão ao local, e não houve reação por
parte dos funcionários do galpão porque mulheres e crianças foram usadas
como escudo pelos bandidos.
O caso é investigado pela 40ª DP (Honório Gurgel), e, segundo a
polícia, o assalto teria sido comandado por Playboy. Além de ser
investigado por roubos de carros na região de Costa Barros e na Pavuna,
Playboy também é suspeito de estar envolvido com a invasão de uma
piscina da Vila Olímpica de Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio.
Festa Rio 450 anos
A Polícia Civil investiga ainda uma grande festa realizada na véspera
do aniversário de 450 anos do Rio, em março de 2015, no Morro da
Pedreira, em Costa Barros, no Subúrbio da cidade. E segundo
investigações, a comemoração teria sido organizada por Playboy.
Na época, o secretário José Mariano Beltrame disse que não ia
"valorizar marginal", a respeito da festa promovida por Playboy, e
afirmou ainda que pretendia prender outro traficante, o Pezão, da
VilaCruzeiro, na Penha, no Subúrbio.
"Não vou valorizar marginal. Esse Playboy surgiu há uns dois anos e
está sendo valorizado. Primeiro vamos prender o Pezão, da Vila Cruzeiro.
Temos a certeza que ele também vai ser preso. Já prendemos bandidos no
Paraguai, no Nordeste, em todos os lados. Nossa meta não é prender um ou
outro. Nossa meta é reduzir a criminalidade, como estamos fazendo em
Acari, um importante núcleo de armas pra os bandidos da Zona Norte",
disse Beltrame, na ocasião.
(Pararijos NEWS)
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