Criado para o lazer dos
visitantes, o Portal da Amazônia não tem policiamento suficiente e
registra até assaltos a mão armada (Foto: Jader Paes)
Inaugurado em
2012, o Portal da Amazônia é um dos pontos turísticos mais visitados da
capital paraense. Em quase 2 quilômetros de extensão, sua beleza natural
em frente à Baia do Guajará atrai turistas, moradores de todos os
cantos da região e praticantes de esportes. Mas o que deveria também ser
uma opção de lazer para a população tem se tornado mais um lugar
perigoso, colocando os frequentadores em risco. Um vídeo que circula nas
redes sociais mostra a ação de assaltantes em plena luz do dia,
atacando donos de carros e pedestres. A ação dura não mais do que 5
segundos, o suficiente para os ladrões, armados, abordarem as vítimas e
roubar objetos de valor, longe dos olhares de qualquer agente de
segurança pública.
No último final de semana, a
reportagem do DIÁRIO foi até o Portal para conversar com a população.
Era possível notar famílias passeando, arena e quadra lotadas,
esportistas com patins, bicicleta e skate. Mas um detalhe chamava a
atenção: os últimos 50 metros do ponto turístico, próximo à quadra de
futebol e ao último quiosque, trecho também onde funciona - ou deveria
funcionar – a base da Polícia Militar, são considerados pelos próprios
trabalhadores do local, a área mais perigosa. Motivo? De acordo com os
trabalhadores, seria o fácil acesso ao bairro do Jurunas, considerado
área de risco da capital, o que facilita a fuga dos assaltantes que
praticam o crime naquele trecho.
Na semana passada, um dos assaltos
registrados por uma das câmeras do Centro Integrado de Operações (CIOP)
espalhadas no Portal – ao total três – caiu na internet e foi divulgado
na imprensa. Nas imagens, jovens abordam mulheres, roubam pertences
pessoais e fogem rapidamente, sem que ninguém consiga intervir, nem
mesmo a polícia. Num dos golpes mostrados no vídeo, aparece um rapaz de
revólver na mão assaltando pessoas dentro de um carro. Tudo acontece em
plena luz do dia e é registrado pela câmera próxima a um posto da PM.
“A polícia só aparece depois que
acontece algum roubo e é divulgado na mídia. Normalmente, estamos à
mercê da bandidagem aqui, disse uma vendedora que não quis se
identificar. Segundo ela. as pessoas que trabalham na região vivem em
clima de medo e costumam sair à noite em grupos para evitar ataques.
“Não temos segurança alguma. Somente a de Deus”. Outro vendedor que
pediu para não ser identificado por medo de represálias, disse que
trabalha ali há três meses, mas que já presenciou vários assaltos nesse
pouco tempo. “Na quarta-feira à noite, umas oito horas, aqui na esquina
[da quadra de esportes], uma moça vinha passando quando dois,
aparentemente adolescentes, tomaram a bolsa dela e saíram correndo.
Todas às vezes eles [assaltantes] entram nesse terreno baldio que tem ao
lado do posto da PM, vão correndo entre os quintais das casas que tem
aí por dentro e ninguém mais acha”, detalha.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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