Boto Tucuxi: disputa no festival do Çairé será definida hoje (Foto: Divulgação)
Para muito além
das controversas discussões sobre a grafia com ‘ç’ ou ‘s’, a palavra
“sairé” é uma saudação indígena. E há quem diga também que a palavra
‘alegria’ traduz o termo. E essa alegria a gente vê nas cores das fitas,
nas rezas em nome do Divino Espírito Santo, nas ladainhas do grupo
Espanta Cão e também na maior inovação dos mais de 300 anos de Sairé, o
Festival dos Botos, ápice do lado profano da festa.
Na última noite de sábado, 19, os
botos Tucuxi e Cor-de-rosa vieram do fundo do Lago Verde (entenda-se
Sairódromo) e mostraram a riqueza da cultura do povo de um dos lugares
mais belos do Brasil, Alter do Chão. O cenário - mistura de dança,
música, teatro, poesia e expressões corporais diversas - não podia ser
diferente: as praias de Alter, como é chamada intimamente o vilarejo
pelos santarenos.
Um das histórias mais populares da
Amazônia, a lenda do boto toma conta do belo roteiro dessa
apresentação, que já está na sua 17ª edição. A disputa é entre as duas
espécies de golfinhos de água doce, encarnados pelas agremiações Tucuxi e
Cor-de-Rosa.
Mais de 300 pessoas em ambos os
grupos folclóricos participam da encenação. O ponto máximo é a sedução
do boto homem, que encontra a cabocla Borarí à beira do Lago Verde. E
eles têm uma noite de amor inesquecível, um espetáculo onde cada grupo
folclórico busca se superar a cada ano.
São 16 itens avaliados. Entre
eles: rainha do Sairé, rainha do Lago Verde, Rainha do Artesanato, Boto
homem, Boto Animal, Cabocla Borarí, Carimbó, Cantador e Torcida. Cada
boto tem duas horas de apresentação, sendo 30 minutos dedicados ao
aquecimento.
O resultado da disputa será
conhecido hoje, no Lago dos Botos. O Boto Tucuxi tem 7 títulos e veio
com tudo para diminuir a vantagem do Cor-de-Rosa, que soma 9 títulos. O
Cor-de-Rosa foi o campeão do festival ano passado e agora está em busca
do bicampeonato.
(Raphael Ribeiro/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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