(Foto: Agência Pará)
É oficial. O Governo do
Pará publicou na edição desta quinta-feira (24) do Diário Oficial do
Estado a exoneração de Helenilson Pontes, que deixa o cargo de titular
da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O pedido de exoneração foi feito na tarde de ontem em reunião com o governador Simão Jatene.
Pontes alegou motivos pessoais para deixar o Governo. A edição de hoje
também publicou a nomeação da secretária adjunta, Ana Cláudia Hage, que
assume a Seduc, o que, na prática, significa que o Governo não pretende
aproveitar a saída de Pontes para fazer mudanças na política para a
educação.
Desde que assumiu o cargo,
Helenilson Pontes, que foi o vice-governador no mandato anterior de
Jatene enfrentou pressões internas e externas na Seduc. Advogado
tributarista tinha a missão de organizar o caos em que a Secretaria se
encontrava. A intenção é que o sucesso na gestão da educação o cacifasse
como um dos possíveis candidatos à sucessão de Jatene.
Mas os planos foram atropelados
por uma série de crises que fizeram da educação um dos pontos mais
críticos do atual governo. Em menos de nove meses de gestão, Helenilson
enfrentou 73 dias de greves dos professores estaduais. O calendário
letivo deste ano se tornou um problema de difícil solução e, mesmo com o
fim da greve, as relações entre o secretário e os professores e
servidores da educação piorou. Descontos dos dias parados, promessas não
cumpridas e escolas caindo aos pedaços estão entre as principais
queixas.
Há também suspeita de mau uso dos
recursos públicos da educação. Um dos contratos contestados foi assinado
com a empresa BR7 Editora e Ensino Ltda, cujo titular, Alberto Pereira
de Souza Junior, chegou a ser preso acusado de fraudes na liberação de
seguro por acidentes de automóveis. O contrato de R$ 200 milhões foi
denunciado em reportagem do Diário. O Sintepp prometeu ir à Justiça para
suspender a compra do curso. Pressionado, o governo voltou atrás e
cancelou o contrato.
Hoje, os professores farão uma
paralisação de 24 horas. As aulas serão suspensas em protesto contra o
desconto dos dias parados durante a greve. O Sindicato dos Trabalhadores
em Educação Pública do Pará alega que o pagamento é condição para
reposição das aulas. A greve acabou em junto, mas até agora não foi
definido como será feita essa reposição. Os professores acusam o governo
e intransigência. Apontado como pouco afeito às negociações, Helenilson
Pontes havia se tornando um dos alvos das críticas dos professores e
servidores.
(Rita Soares/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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