João Rezende Henriques, apontado pela Operação Lava Jato como o maior
operador de propina na Diretoria Internacional da Petrobras, se
entregou na Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro,
no início da tarde de ontem, mesmo dia em que foi cumprido mandado de
prisão preventiva – sem prazo determinado – contra José Antunes
Sobrinho, um dos donos da Engevix. Ele é investigado por ter pago R$ 140
milhões de propina da empresa para a Eletronuclear. Sobrinho foi preso
em casa, em Florianópolis, e chegou à sede da PF, em Curitiba, no início
desta tarde. As prisões são parte da 19ª fase da Operação Lava Jato.
Em entrevista coletiva ontem, o procurador regional da República
Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação
Lava Jato, afirmou ontem que “não tem dúvida nenhuma” de que os maiores
escândalos de corrupção da história recente do País – Mensalão, Petrolão
e Eletronuclear – tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula. Ele
revelava dados 19ª etapa da operação. O procurador foi taxativo ao ser
indagado se os novos alvos têm ligações com o ex-ministro-chefe da Casa
Civil do Governo Lula, José Dirceu, preso na Operação Pixuleco 2, em
agosto. “Quando falamos que estamos investigando esquema de compra de
apoio político para o governo federal através de corrupção, estamos
dizendo que os casos Mensalão, Petrolão e Eletronuclar são todos conexos
porque dentro deles está a mesma organização criminosa e as pessoas
ligadas aos partidos políticos. Não tenho dúvida nenhuma de que todos
ligados à Casa Civil do governo Lula, tudo foi originado dentro da Casa
Civil”, disse o procurador.
O alvo desta nova fase, chamada de Nessun Dorma (Ninguém Durma), são
propinas que teriam sido pagas envolvendo a Eletronuclear e a diretoria
internacional da Petrobrás. Trinta e cinco policiais cumpriram 11
mandados judiciais, sendo sete mandados de busca e apreensão, um mandado
de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e dois mandados
de condução coercitiva em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.
José Antunes Sobrinho é suspeito de ter pago propinas em cima de
contratos da empreiteira com a Eletronuclear que somavam R$ 140 milhões,
entre 2011 e 2013. Os valores teriam sido pagos para a Aratec, empresa
controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da
Silva.
Othon Luiz foi preso em 28 de julho na Operação Radioatividade. Nome
de grande prestígio na área, o almirante, no fim dos anos 1970 (governo
general Ernesto Geisel) participou diretamente do projeto do submarino
nuclear brasileiro. A Polícia Federal associa o nome de João Henriques
ao PMDB, uma vez que ele agiria como operador do partido.
(Pararijos NEWS
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