Em greve há uma semana, cerca de 150 trabalhadores da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), no Pará, decidiram, em Belém,
manter a paralisação, que segue movimento nacional da categoria. Eles
não aceitam a proposta do governo federal de aumento imediato de 9% —
referente às inflações de 2009 e 2010 —, mais R$ 100 de incorporação
linear na remuneração, além da atualização dos valores do tíquete
alimentação, da cesta básica e da bonificação natalina. Os trabalhadores
querem um aumento de 43,7% e R$ 200 linear, tíquete de R$ 35, a
contratação imediata de 30 mil trabalhadores, o fim das terceirizações,
além de outros pontos para garantia de melhores condições de trabalho.
A assembleia geral na frente da agência dos Correios da avenida
Senador Lemos, no bairro do Telégrafo, aprovou também a agenda de
atividades para esta semana, com mobilização diária a partir das 7h30 na
frente das unidades da capital paraense. A intenção é conversar com
usuários e convencer os colegas que permanecem trabalhando. A categoria
aguarda com expectativa a audiência de conciliação do dissídio coletivo
aberto pela empresa, já marcada para as 15h da próxima sexta-feira, 25,
no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
Foto: Tarso Sarraf/O Liberal
Na ação junto ao TST, os Correios pediram a limitação da greve, isto
é, que o TST impusesse uma quantidade mínima de trabalhadores para
manter os Correios funcionando durante a paralisação, contudo, o pedido
foi negado pelo Tribunal. O TST não apreciou o pedido de liminar da ECT e
não determinou contingente mínimo para as unidades operacionais da
empresa.
“Se a empresa não avançar na proposta já apresentada não haverá
acordo’’, disse ontem, o trabalhador dos Correios, em Belém, integrante
do Conselho Fiscal da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), Victor Uislan Nunes de
Paula. Ele explicou que a categoria recusa a proposição do governo de
aumento a título de gratificação. “Queremos o reajuste incidindo sobre o
salário-base’’, observou Victor de Paula.
Entre os principais pontos da pauta, além da da reposição da inflação
do período de acordo com o Índice do Custo de Vida (ICV-Dieese), os
funcionários não concordam com a cobrança de mais uma mensalidade sobre o
Plano de Saúde, conforme querem os Correios. Atualmente, os
trabalhadores pagam pelo sistema de compartilhamento junto com a própria
empresa. Segundo Victor Uislan, a variação de percentual paga pelo
empregado sobre o Plano de Saúde varia de 10% a 30% do valor do serviço
utilizado. Os empregados também reivindicam auxílio-creche, contratação
de novos funcionários, rejeição à terceirização, Participação nos Lucros
e Resultados (PLR), e modificações no Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS).
(Pararijos NEWS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário