Prefeitura de Belém
entrou para a lista das muitas administrações municipais que nada
fizeram para realizar eleições de conselheiros (Foto: Fernando Araújo)
A imensa maioria
da população desconhece, mas, no próximo dia 4, maiores de 16 anos que
tenham título de eleitor em todo o país participam de uma eleição com
urnas eletrônicas que mobiliza, apenas no Pará, cerca de 1.500
candidatos (média de 10 candidatos por município) que estão em plena
campanha desde abril. Apenas em Belém, serão cerca de 200 candidatos
espalhados nos oito distritos da cidade, aptos à disputa por um mandato
de quatro anos.
Não, não é uma nova eleição para
vereadores ou prefeitos, mas sim a escolha dos novos conselheiros
tutelares. Ao todo, 40 candidatos serão eleitos na capital paraense,
sendo um total de cinco em cada um dos oito distritos administrativos da
cidade (Daben, Dasac, Daent, Damos, Dagua, Dabel, Daico e Daout).
A falta de publicidade por parte
da Prefeitura de Belém faz com que quase ninguém saiba desse importante
processo que escolherá a pessoa que zela pelo cumprimento dos direitos
da criança e adolescência nas cidades. Nenhum outdoor foi colocado na
cidade. Não foi veiculada nenhuma campanha institucional divulgando o
pleito. No site da Prefeitura Municipal de Belém, não há notícia
sobre o assunto.
DESINTERESSE
sobre o assunto.
DESINTERESSE
Para Mônica Rei Moreira Freire,
coordenadora do centro Operacional da Infância e Juventude do Ministério
Público, isso reflete como as crianças e adolescentes não recebem o
tratamento prioritário que deveriam ter pelo poder público. Ela explica
que a mudança no processo de escolha dos conselheiros no Estatuto da
Criança e do Adolescente, passando ao processo unificado em todo o país,
ocorreu ainda em 2012.
“Muitos municípios deveriam ter
organizado sua legislação naquele ano, mesmo após a promulgação da Lei
Federal, enviando propostas de mudança na legislação municipal, mas
deixaram para fazer isso apenas nesse ano”, critica a promotora do MP.
Ela ressalta que, apesar de ser uma eleição unificada, não houve
propaganda maciça nem por parte da União nem pelas prefeituras. “Elas
deviam esclarecer a importância da atribuição dos conselhos tutelares e
de o cidadão participar desse processo”.
Segundo Mônica Moreira, a maioria
dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Comdacs) nos municípios a quem cabe fomentar o poder público para a
mudança na legislação, só começou a se mexer após a intervenção do MP.
“Muitos desses conselhos sequer sabem das suas reais atribuições”,
critica. Os Comdacs são mantidos pelas prefeituras. Cabe a eles dar toda
a publicidade à eleição, o que não ocorreu até agora.
Com a mudança, a eleição ocorrerá
de quatro em quatro anos, sempre no primeiro domingo de outubro após a
eleição majoritária - quando não há pleitos partidários, para que o
processo não seja contaminado pela interferência política.
SEM RESPOSTAS
SEM RESPOSTAS
A reportagem do DIÁRIO entrou em
contato com o Comdac na última quinta-feira para repercutir a falta de
publicidade da eleição em Belém. O presidente do conselho estava em
reunião e um funcionário disse que o mesmo retornaria, o que não ocorreu
até o fechamento desta edição.
(Pararijos News)
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