Potencial hidrelétrico do rio Tapajós, no Pará, será utilizado por usina (Foto: Ney Marcondes)
A usina
hidrelétrica São Luiz do Tapajós está na lista de prioridades da
Eletrobras. O diretor financeiro da estatal Armando Casado informou que a
empresa está se preparando para entrar no leilão de concessão da usina,
previsto para ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) no final deste ano, mas ainda sem data exata.
A usina tem custo estimado em
cerca de R$ 25 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia. A estatal
mineira Cemig também anunciou que tem interesse em participar da
licitação da usina.
Maior empreendimento do setor
previsto para os próximos anos, a usina de São Luiz do Tapajós deve ser
construída próximo ao município de Trairão. O projeto do Governo Federal
prevê a construção de duas usinas hidrelétricas no rio Tapajós, no
Pará. Juntas, devem gerar cerca de 8,5 mil megawatts (MW) de energia
elétrica.
São Luiz do Tapajós (6.133 MW) e
Jatobá (2.338 MW) fazem parte de um planejamento energético mais amplo,
que prevê o uso intensivo do potencial hidrelétrico ainda não utilizado
na Amazônia.
Armando Casado informou que a
Eletrobras está se preparando para entrar no leilão. O executivo disse
acreditar que, aos poucos, estão sendo colocadas condições para aumentar
a atratividade dos investimentos no setor elétrico, como a agilização
das licenças ambientais, a revisão de taxas de retorno e a solução para o
déficit hidrelétrico.
LIMITE
Segundo ele, o limite de 50% de
participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) nas novas hidrelétricas, incluindo Tapajós, não deverá
inviabilizar o empreendimento.
Com relação à Cemig, coube ao
presidente da empresa Mauro Borges Lemos, anunciar o interesse em
ampliar os negócios na região amazônica. “A Cemig está presente em
grandes projetos da região, como as usinas Belo Monte e Santo Antônio.
Tapajós poderia ser a próxima etapa para a empresa ampliar seus ativos
naquela região”, disse, em nota à imprensa.
O executivo elogiou o lançamento
do Plano de Investimentos em Energia Elétrica do Governo Federal, que
prevê a contratação, entre 2015 e 2018, de projetos que representarão
aportes de R$ 186 bilhões. “O programa é fundamental. São investimentos
completamente gigantescos e a Cemig vai estar muito atenta, pois é de
nosso interesse se houver algum detalhamento nas condições em que esses
investimentos serão oferecidos”, afirmou.
ADIAMENTO
No início de junho deste
ano, executivos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao
Ministério de Minas e Energia, chegaram a anunciar o adiamento do
projeto Tapajós.
O anúncio do adiamento foi
comemorado pelos índios da etnia Munduruku que, juntamente com ativistas
do Greenpeace, protestam contra a construção de um megaprojeto na
região - o Complexo Hidrelétrico do Tapajós- que, segundo a organização
não governamental, poderá ter ao todo, cinco hidrelétricas na região que
fica a noroeste do Pará e consiste em uma das mais belas paisagens da
Amazônia.
A usina São Luiz do Tapajós
chegou a ter seu leilão anunciado para o dia 15 de dezembro do ano
passado, mas o Ministério de Minas e Energia teve que voltar atrás e
adiar o leilão após pressão do povo Munduruku, que não teria sido
devidamente consultado sobre a obra.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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