Fernando Falcão Soares pode ter recebido US$ 40 milhões
O Ministério Público Federal denunciou ontem à Justiça o ex-diretor
de área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró sob acusação de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 64 operações de transferência
de valores ao exterior. Ele e o lobista Fernando Falcão Soares,
apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção e propinas na
estatal petrolífera e também alvo da denúncia, são acusados de terem
recebido US$ 40 milhões em propinas.
A Procuradoria da República diz que Cerveró era “sócio oculto” de
Baiano. Para os procuradores, Cerveró violou “os deveres de honestidade,
de integridade, de lealdade, de legalidade, de impessoalidade, de
transparência”. O doleiro Alberto Youssef e o executivo Julio Camargo,
que agia em nome da empreiteira Setal Óleo e Gás, também foram
denunciados no mesmo caso.
Segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato a propina é relativa à
contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, em julho de 2006 e em
2007, para perfurações em águas profundas na África e no Golfo do
México.
O primeiro suborno, no montante de US$ 15 milhões, foi referente, diz
a denúncia, ao navio-sonda Petrobrás 10000. O outro, de US$ 25 milhões ,
relativo ao Vitória 10000. Ambos os navios foram contratados ao
estaleiro Samsung Heavy Industries Co, na Coreia, ao preço global de US$
1,2 bilhão.
O Globo
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