O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
firmaram nesse mês um acordo de cooperação que promoverá o
aperfeiçoamento das ações de detecção de degradação da vegetação na
Amazônia e aumentará a efetividade das ações de combate ao desmatamento.
O objetivo é fortalecer o combate ao crime organizado que atua na
extração de madeira na região. Durante coletiva de imprensa na sede do
Ibama, em Brasília, foi apresentado novo calendário para a divulgação
dos dados sobre os alertas de desmatamento e degradação verificados pelo
Deter, sistema baseado em satélites operado pelo Inpe e destinado a
orientar a fiscalização do Ibama. Assim, informações obtidas pelo
sistema de alerta passarão a ser disponibilizadas trimestralmente: em
fevereiro, maio, agosto e novembro.
O protocolo sobre a divulgação dos dados foi estabelecido entre Ibama
e Inpe para impedir a utilização das informações georreferenciadas
pelos desmatadores. Assim, os criminosos não conseguirão saber onde
estão situados os possíveis focos de desmatamento identificados pelo
sistema. “E os fiscais que atuam na ponta também estarão mais
protegidos”, explicou o presidente do Ibama, Volney Zanardi.
O diretor do Inpe, Leonel Perondi, anunciou ainda o novo Sistema de
Detecção do Desmatamento em Tempo Real – o Deter B, em fase de testes –
que conta com imagens de maior resolução. “O Deter B observará a
Amazônia com mais precisão. Com ele, será possível enxergar áreas a
partir de 6,25 hectares onde houve mudança de paisagem”, explicou
Perondi. O atual sistema identifica áreas de, no mínimo, 25 hectares.
O Deter B irá produzir imagens de maior resolução para dar suporte às
operações de fiscalização. Para impedir a utilização das informações
georreferenciadas pelos desmatadores, um protocolo específico de
divulgação das informações foi estabelecido entre Ibama e Inpe. Os dados
estatísticos do Deter serão disponibilizados trimestralmente, em
fevereiro, maio, agosto e novembro de 2015.
“Os desmatadores estão usando técnicas para enganar o sensor de menor
resolução utilizado correntemente e o Deter B será fundamental para
identificarmos essas situações com maior antecipação, afirmou Zanardi.
“A medida vai resguardar os fiscais que atuam em campo”, garantiu.
O Liberal
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