Contrariando as previsões otimistas da própria diretoria do Paysandu,
Mazola Júnior não será o treinador do Paysandu para o início da
temporada 2015. Pelo menos, foi a conclusão do dia de ontem. Não está
descartado, porém, uma reviravolta no caso. Porém, a negociação entre
Mazola Júnior e o Paysandu desandou. Por uma diferença de valores que
não pareceu ser significativa e outros detalhes relacionados a luvas
contratuais, chegou o fim a segunda era do treinador na Curuzu.
A diferença entre valores não foi divulgada de forma oficial. Mas, a
versão mais próxima da realidade indica que a proposta final do Paysandu
ofereceu R$ 60 mil para o treinador dirigir a equipe no Campeonato
Paraense. No valor, já estava incluso os rendimentos de dois componentes
da comissão técnica, que são João Brigatti (auxiliar-técnico) e Rony
Silva (preparador físico). A proposta aumentaria para 70 mil em caso de
continuidade do trabalho do trio já na disputa do Brasileirão Série B.
Em um primeiro momento, o treinador havia tentando emplacar o pacote
de R$ 80 mil mensais. Mazola teria aceitado reduzir a pedida, no
entanto, a negociação travou, de vez, após a tentativa de inclusão de
premiação em caso de conquista de objetivos. Além de prêmios por
conquista, Mazola tentou incluir multa rescisória se o clube optasse
pela ruptura do contrato.
Até o último momento, a diretoria do Paysandu tentou angariar
recursos junto a patrocinadores. Como havia dificuldade, o presidente
eleito do clube, Alberto Maia, optou por desistir da transação. “O
Mazola não recusou a nossa proposta. O que aconteceu é que nós fizemos
uma proposta ao Mazola, mas ele nos repassou uma contraproposta que está
fora da realidade do Paysandu”, afirmou Alberto Maia.
O dirigente enfatizou que a negociação ameaçava ir contra o projeto
de austeridade financeira do clube, implantada pela gestão de Vandick
Lima e que, ao que tudo indica, terá sequência com Alberto Maia. “O
Paysandu paga o que pode pagar. E trabalha com um orçamento definido. O
profissional que estiver aqui terá que se enquadrar nestes valores.
Infelizmente, isto não pôde acontecer com o Mazola.”
Segundo informações de bastidores, Mazola estava a caminho de
Fortaleza-CE, local escolhido para passar férias com a família, quando
foi informado da desistência do Paysandu em sua contratação. Na capital
cearense, também está o gerente de futebol, Sérgio Papellin, que deveria
encontrá-lo para maiores esclarecimentos. Não está descartada uma nova
rodada de conversas entre as partes.
Por enquanto, trabalha-se com a hipótese de não acordo. No comando do
Paysandu, Mazola Júnior acumulou três vice-campeonatos, do Parazão,
Copa Verde e Campeonato Brasileiro da Série C. Contudo, ele conquistou o
principal objetivo da temporada que era o acesso à Série B. E a seu
favor, pesava a regularidade de uma equipe com deficiências técnicas,
mas organizada taticamente. Mazola comandou 55 jogos no Papão, com
números expressivos: foram 29 vitórias, 17 empates e nove derrotas. Após
o Parazão, o treinador saiu do cargo, mas retornou para levar o clube
de volta à Segunda Divisão.
Diretoria bicolor começa a procurar alternativas
“Nós já estamos avaliando nomes para o cargo de treinador. Vamos
manter sigilo”, decretou Alberto Maia, presidente eleito do Paysandu.
Por enquanto, ninguém se arrisca a antecipar qual seria o nome
prioritário listado pela cúpula bicolor para comandar o time, após
Mazola Júnior sair de cena. Como a reportagem antecipou há alguns dias, o
Paysandu sequer tinha um plano B e, portanto, não sondou nenhum
profissional.
Mas, de acordo com o planejamento, rigorosamente elaborado, o
Paysandu não quer gastar mais de R$ 50 mil para o que seria uma comissão
técnica “estrangeira”, agregada ao auxiliar-técnico permanente,
Rogerinho Gameleira, e ao preparador de goleiro Ronaldo. Considerando
este limite orçamentário, um dos nomes que surge é o de Flávio Araújo,
ex-treinador do Remo e com recente passagem pelo Sampaio Corrêa-MA. Está
sem clube desde julho quando alegou desgaste para anunciar a sua saída
do time maranhense que disputava a segunda divisão do Campeonato
Brasileiro.
Quando comandava o Sampaio, Flávio carregava o status de um dos
treinadores mais vitoriosos da história do clube. Ele participou de dois
acessos: da Série D para a Série C em 2012 e da Série C para a Série B
em 2013. Se não bastasse, Flávio foi duas vezes campeão maranhense e, de
quebra, levantou duas taças da Copa São Luís.
O currículo vitorioso no futebol maranhense só foi interrompido com
uma passagem frustrante pelo Clube do Remo, em 2013. Flávio Araújo
dirigiu o arquirrival bicolor na disputa do Parazão e foi duas vezes
vice-campeão de turno. Perdeu, inclusive, a Taça Cidade de Belém para o
Paysandu, aos 41 minutos, quando o zagueiro Raul assinalou um gol de
cabeça. No returno, o Remo de Flávio acabou sucumbindo diante do
Paragominas.
Além de Flávio Araújo, o Paysandu pode também sondar Marcelo
Chamusca, comandante do Fortaleza na disputa do Brasileirão da Série C. A
diretoria vai evitar um posicionamento oficial para evitar badalar
profissionais e minimizar a possibilidade das negociações não darem
certo.
Nota oficial do Paysandu
“O Paysandu Sport Club informa que o treinador Mazola Jr. não irá
comandar a equipe na temporada 2015. O clube negociou a renovação de
contrato com o técnico Mazola Jr., no entanto, o técnico e a diretoria
do clube não entraram em um acordo com relação às novas bases salariais,
desta forma o treinador acabou por não aceitar a contraproposta enviada
pela diretoria do Paysandu.
O ex-treinador bicolor manteve uma grande regularidade frente à
equipe bicolor conquistando o acesso para a Série B e o vice-campeonato
da Série C, no primeiro semestre o treinador conquistou os vices
campeonatos da Copa Verde e do Paraense deste ano.
A diretoria do Paysandu agora irá procurar um novo treinador para
comandar a equipe na temporada 2015 e para auxiliar na formação do
elenco do próximo ano.
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