Thiago Vilarins
Da Sucursal
O Ministério da Saúde atualizou ontem os dados de microcefalia
relacionados à infecção pelo vírus Zika e apontou 32 casos suspeitos da
doença no Estado do Pará. No último Boletim Epidemiológico, divulgado no
dia 15 de dezembro, o Estado aparecia com três registros sendo
investigados. Ainda de acordo com o balanço, os 32 casos estão
distribuídos por oito municípios. Em todo o País, foram notificados
2.782 casos suspeitos da doença e 40 óbitos, até 19 de dezembro. Esses
casos estão em 618 municípios de 20 unidades da Federação.
Para efeito de comparação, ao longo de 2014, o Pará registrou seis
casos de microcefalia e o País, 147. Segundo o Ministério da Saúde, a
investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika é
feito em conjunto com gestores de Saúde de estados e municípios. Equipes
técnicas de investigação de campo da pasta estão trabalhando nos
Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará.
Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com
a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma
determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente,
por avaliação médica dos sintomas.
O ministério capacitou mais 11 laboratórios públicos para realizar o
diagnóstico de Zika (Pará, Bahia, Amazonas, Alagoas, Goiás, Paraná,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito
Federal). Contando com as cinco unidades referência no Brasil para este
tipo de exame, já são 16 centros com o conhecimento para fazer o teste.
Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11
laboratórios (Espírito Santo, Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina), somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por
mês de casos suspeitos de Zika em todo o País.
No Pará, os exames estão sendo feita pelo Instituto Evandro Chagas,
que também atende às demandas do Estados do Acre, Roraima, Rondônia,
Tocantins, Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará, Alagoas, Sergipe e
Bahia. O Ministério da Saúde também realizou nesta semana pregão para
compra de insumos (primers e sonda) para a realização de 250 mil exames a
um custo de R$ 645 mil. Até a primeira quinzena de janeiro, todos os
laboratórios terão recebido os insumos.
Alerta
Durante a divulgação do balanço, o ministério ainda alertou que as
medidas de combate ao Aedes aegypti devem ser reforçadas nas férias e
festas de fim de ano, período marcado por chuvas em muitos estados do
País e com maior circulação de pessoas. Para reforçar a importância de
eliminar os focos do mosquito, o Ministério da Saúde recomenda aos
viajantes que, antes de saírem de suas casas, façam uma vistoria para
eliminar os recipientes que possam acumular água parada e servir como
criadouro do mosquito.
“Se hoje não temos uma vacina para o Zika, chikungunya ou dengue, ou
alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a
ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Por
isso, é importante fazer um grande apelo à sociedade: antes de sair de
férias, descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes,
todo e qualquer recipiente que possa acumular água parada. Casa vazia
não pode servir de criadouro do mosquito. Dessa maneira, com a ajuda de
governos federal, municipal e toda a população, vamos fazer uma grande
mobilização nacional para combater o mosquito”, apela o secretário de
Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.
O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar
de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem curta, é preciso estar
atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na
varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um
foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a
caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em
lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para
baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do
mosquito.
Os ovos do mosquito podem ficar aderidos às laterais internas e
externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este
período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça
e, consequentemente a transmissão. Por isso, é necessário lavar os
recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha. Não importa se você
mora em casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar um
recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir. São
suficientes 15 minutos por semana para fazer a vistoria em toda casa e
eliminar todos os possíveis focos do mosquito. (Pararijos NEWS)
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