(Foto: Bruno Carachesti)
Diferente do que
vinha sendo realizado já há alguns anos no Estado, a presidente do
Sindicato das Escolas Particulares, Suely Menezes, acredita que não
haverá estabelecimento de acordo em parceria com os órgãos de defesa do
consumidor para o reajuste da mensalidade de 2016. Por enquanto, o
sindicato ainda aguarda a divulgação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) para avaliar a situação.
Apesar de ainda não existir qualquer
sinalização de percentual de reajuste para o Pará até o momento, Suely
aponta que a perspectiva é de que a entidade tenha uma definição apenas
no início de dezembro. Esperando dar continuidade às discussões internas
do sindicato a respeito do reajuste a partir desta semana, porém, ela
garante que a atual situação econômica do país está sendo considerada.
“Estamos com 40% de inadimplência no Estado, então estamos diante de uma
situação ímpar. Estamos preocupados porque achamos que o mercado pode
não aguentar um reajuste muito elevado.”
Integrante do grupo de entidades que
normalmente se reuniam com os representantes das escolas particulares
para acordar um percentual de reajuste da mensalidade, o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) acredita
que este ano deve encerrar com percentual de inflação superior a 10%.
Em 2014, o índice ficou em torno de 6%. “A perspectiva é que a gente
feche o ano com um dos índices de inflação mais altos dos últimos 10
anos”, estimou o supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena.
PRÉ-MATRÍCULA
Enquanto o reajuste não é fixado, porém,
algumas instituições de ensino já estão encaminhando propostas de
reajuste aos pais. Com o filho estudando o 1º ano do ensino médio em um
colégio particular de Belém, a dona de casa Maria Nascimento, 46 anos,
foi surpreendida com a proposta de aumento de 14,5% na mensalidade. Caso
os valores apontados pela pré-matrícula se confirmem, o valor mensal
pago subiria de R$400 para cerca de R$460. “A gente já faz um esforço
danado para manter nosso filho em uma boa escola, então um reajuste
desse fica pesado.”
Acreditando que o percentual de aumento
poderia ser menor, Maria questionou a escola sobre o aumento e foi
orientada a procurar a direção para ter acesso à planilha detalhada que
apontaria a necessidade do aumento. De qualquer maneira, ela não deixou
de ficar em dúvida quanto à validade do reajuste, já que não teve
notícia de estabelecimento do tradicional acordo, como nos anos
anteriores. “Eu queria saber se esse valor é verdadeiro mesmo. Se pode
aumentar nesse percentual.”
Segundo a presidente do Sindicato das
Escolas Particulares, Suely Menezes, a chamada pré-matrícula e
consequente sinalização do percentual de aumento por parte das escolas é
uma necessidade organizacional das instituições, que precisam fazer
tais estimativas. “Caso o reajuste definido pelo sindicato seja menor do
que os que já vêm sendo cobrados na pré-matrícula por algumas escolas,
em fevereiro é feito o abatimento desse percentual que foi pago a mais”,
afirmou.
(Cintia Magno/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário