Área do píer do
porto de Vila do Conde, em Barcarena, onde afundou o navio Haidar:
grande força da economia do Pará aguarda decisão da Semas (Foto:
Fernando Araújo)
Neste fim de
semana, o porto maranhense de Itaqui começou a realizar, com a
autorização do Ministério da Agricultura, os embarques para exportação
de bois vivos que antes aconteciam no porto paraense de Vila do Conde,
em Barcarena.
Desde o dia 6 de outubro, as
exportações de bois vivos nos píeres paraenses estão suspensas, por
causa do acidente com o navio Haidar, que afundou com 5 mil cabeças de
gado, que seriam exportadas à Venezuela (veja box ao lado).
O embargo do porto de Barcarena para
embarques de bois vivos para exportação deve prosseguir até que a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) decida
pela liberação do porto, após análise de documentação apresentada pela
Companhia Docas do Pará (CDP) sobre o acidente. Porém, o representante
do Ministério da Agricultura (MA) no Pará, o superintendente federal de
Agricultura Josenir Nascimento, expressou, na última sexta-feira, em
entrevista ao DIÁRIO, apreensão com a demora da liberação do porto de
Vila do Conde. Segundo Nascimento, o imbróglio se agravou após a Semas
ter feito, recentemente, novo pedido de documentação à CDP para tratar
do caso.
DIFICULDADE
Logo após o acidente, o
superintendente de Agricultura no Pará esteve com o secretário da Semas,
Luiz Fernandes Rocha. “Ele disse que, se a CDP entregasse os documentos
necessários, a secretaria analisaria o mais rápido possível para
liberar as exportações”, conta Nascimento. Não foi bem o que aconteceu.
Após o pedido da Semas, o presidente da CDP, Parsifal Pontes, entregou a
documentação à Secretaria, mas o processo não evoluiu. “Não vejo qual a
dificuldade. Não quero fazer juízo de valor, mas fico a pensar: ‘Por
que o Maranhão conseguiu resolver isso com tanta rapidez e o Pará não
consegue? Precisamos de uma decisão”, indaga Nascimento.
Para o porto de Vila do Conde voltar a
funcionar para o transporte de animais vivos, é necessário a Licença de
Operação (LO) da Semas. A Marinha do Brasil, que proibiu os
acostamentos no local do acidente, deve liberar o acostamento no pier
esta semana. Porém, o embarque de animais vivos seguirá suspenso porque
precisa da LO, documento que só o Governo do Estado pode emitir. “O Pará
tem uma das melhores condições de embarque de animais vivos do mundo”,
afirma Nascimento. “Corremos o risco de perder esse papel, se não
resolvermos logo essa situação”.
Anteontem, o Ministério da
Agricultura, responsável pelo trânsito desses animais, visitou a área de
fazenda da Minerva, onde estão 5 mil bois dos 15 mil da empresa que
estão ilhados desde o acidente em Barcarena. Os bois que estavam em
Igarapé-Miri, numa estação de pré-embarque, já foram autorizados pelo MA
a seguir para o porto de Itaqui (MA). “Com isso, esta semana o Estado
do Maranhão começa a tomar essa referência de embarque de bois vivos,
que era do Pará. Essa é a nossa preocupação”, destaca o superintendente
de Agricultura.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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