Somente neste ano, em todo o Estado, foram identificadas quase 300 mil unidades consumidoras irregulares (Foto: Divulgação)
Há algumas semanas um
caso chamou atenção e gerou debate nas redes sociais: o furto de
energia. Uma prática irregular e criminosa que gera inúmeros prejuízos à
sociedade, como interrupções no fornecimento, oscilações dos níveis de
tensão, sonegação de impostos e acidentes com a rede elétrica de maneira
muitas vezes fatal. Somente neste ano, em todo o Estado, foram
identificadas quase 300 mil unidades consumidoras irregulares, que após
passarem por inspeção, foram regularizadas.
Para se ter uma ideia dos transtornos que a
ação fraudulenta causa à toda população, basta analisar pelo aspecto
financeiro, pois os impactos das perdas energéticas podem também ser
percebidos diretamente no valor da tarifa de energia.
O executivo de Recuperação de Energia da
Celpa, Pabllo Barbosa, explica que “caso o furto de energia fosse
reduzido totalmente, seria possível uma redução, também, de
aproximadamente 10% do valor da conta de energia elétrica que pagamos
hoje”.
A Celpa compra anualmente mais de 11TWh
(Terawatt-hora) de energia elétrica para atender toda a extensão
territorial do Estado. Desse total, cerca de 31% correspondem às perdas.
Entre elas, o furto de energia figura como um dos principais vilões,
sendo responsável por um absurdo desperdício. Além de um gasto adicional
para a distribuidora, as perdas afetam diretamente a qualidade do
fornecimento oferecendo riscos de acidentes para a população em geral.
Por se tratar de um procedimento irregular,
geralmente é executado por pessoas que não são habilitadas para
trabalhar em instalações elétricas. A intervenção, além de curto
circuito, gera também risco de incêndio onde existem esse tipo de
ligação. Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, em 2015,
foram registradas mais de 38 ocorrências de incêndio envolvendo furto de
energia.
Os danos da irregularidade também afetam
pilares da economia, pois o furto propicia a sonegação do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias (ICMS), do Programa de Integração Social (PIS)
e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Confins), que
vêm incluídos nas contas de energia elétrica e cujos recursos
arrecadados são repassados integralmente aos Governos Federal e
Estadual.
De acordo com Pabllo Barbosa, a população
deve atentar para o fato de que esses desvios geram uma reação em
cadeia. “A partir do momento em que o Estado deixa de arrecadar,
investimentos em áreas estruturais não ocorrem. Por exemplo, todo esse
dinheiro perdido poderia estar sendo investido na construção de escolas,
hospitais, construção e pavimentação de estradas, entre outras
melhorias”, avalia o executivo.
A Celpa iniciou em 2013 um incisivo plano de
combate às perdas energéticas. Para isso mobilizou equipes exclusivas
para este tipo de ação, que fazem fiscalização em todo o estado. Além
disso, o trabalho também é realizado com base em denúncias da população. (Pararijos NEWS)
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