Diante da fragmentação da Câmara em 28 partidos a partir do ano que
vem, PSB, Solidariedade, PPS e PV anunciaram na tarde desta quarta-feira
a formação de um bloco parlamentar que será oficializado na próxima
terça-feira (13). De oposição ao governo, o grupo somará 67 deputados
federais e, em tese, formaria a segunda bancada da Casa, atrás apenas
dos 69 parlamentares eleitos pelo PT.
O
ranking dos blocos parlamentares pode mudar, uma vez que as demais
legendas também articulam blocos para ganhar musculatura na próxima
legislatura. O próprio PT, na tentativa de se manter como a maior força
política na Câmara, discute um acordo com PCdoB, PROS e PDT, o que
reuniria 109 deputados.
O presidente nacional do PPS,
deputado Roberto Freire (SP), afirmou que a construção de uma atuação
conjunta de seu partido com o PSB começou a ser discutida ainda com o
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo
em agosto. Mais tarde, as conversas incluíram Solidariedade e PV, siglas
que apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no primeiro e no segundo
turno das eleições, respectivamente.
Apesar de os quatro
partidos terem enfrentado a presidente Dilma Rousseff no pleito de
outubro, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, destacou que seu partido
resolveu adotar postura de independência em relação ao Planalto e que
não necessariamente seguirá o entendimento dos novos aliados em todos os
temas.
De acordo com Freire, em um primeiro momento a
atuação mais visível do bloco será na Câmara Federal, mas os partidos
querem estender a união também para os outros legislativos estaduais.
"Vamos tentar replicar esses blocos nas assembleias, câmaras municipais e
começar a trabalhar em conjunto como se um partido fosse", afirmou.
Carlos Siqueira, por sua vez, disse que o objetivo é que os quatro
partidos permaneçam juntos até as eleições municipais de 2016.
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