Hoje duas nações se abraçam e choram os
horrores vividos. Esta semana o ocidente foi lavado com sangue inocente,
causados por descaso, abandono político e terrorismo, baseado em uma
psicopatia sem sentido; usando a religião como desculpa para atrocidades
que abalam o coração de todos os povos que anseiam pela paz.
Minas
Gerais derrama lágrimas pelas centenas de vitimas que foram soterrados
pela lama das represas que foram ao chão. O Brasil acompanha as dores
das famílias e das vitimas dessa tragédia que não só abalou a seres
humanos, mas também toda uma fauna. Peixes se foram e um rio morreu.
Mortes, há mortes por todo lado. Mariana grita por socorro diante da
ameaça de outra represa vir a romper.
O vermelho da bandeira de
Paris se misturou ao sangue de seus conterrâneos, e turistas, que foram
vitimas de mais um ataque terrorista em nome de um Deus que prega o amor
ao próximo. As luzes da cidade-luz apagaram-se com os choros e gritos
de desesperos de toda uma população.
A terra está vermelha de fogo,
lama e sangue. O ar está pesado com a fumaça das explosões que varreram
vidas de nosso plano. O chão está pegajoso com o que sobrou de homens,
mulheres e crianças, atacadas por metralhadoras ou por um tsunami não
esperado, não anunciado.
Enquanto isso, nossos marajoaras são
vitimas de um abandono político secular, que vai varrendo da historia
sonhos e esperanças. Vivendo, todo dia, sob ameaça de terroristas que
nasceram e cresceram nessas terras sagradas, e a desejam somente para
nutrir seus anseios individualistas e egoístas.
Tudo que veem
acontecendo, ao nosso lado, em nosso território e do outro lado do
oceano, não são doenças que precisam ser curadas. Não, não o são. São
sintomas. São sinais claros e gritantes que há em nossa sociedade uma
doença mais profunda e nociva ao nosso futuro: a desumanização da
humanidade.
Enquanto não nos vermos como uma humanidade, única,
respeitando às diferenças de nacionalidade, cor, religião, filosofia e
ideologia, continuaremos a criar mentes psicopatas dispostas a tudo para
ver seu semelhante morrer em nome de um credo debandado para um
extremismo fantasioso e cruel.
Enquanto apontarmos os dedos para o
outro e acusarmos de estarem do lado errado de um credo, estaremos
criando outras gerações machucadas, dispostas a adentrarem em grupos
terroristas para, assim, deixarem seu grito de protesto adotando-se o
terror.
Precisa-se, sim, cuidar dos sintomas que surgiram em nossa
frente, nos dando um cruel choque de realidade. Mas mais necessário do
que medicarmo-nos contra o terrorismo e o abandono político, temos que
tratar da doença que promove todas as mazelas que assolam a nossa
sociedade humana.
Precisa-se, urgente, que resgatemos nosso
altruísmo, nosso amor, nossa humanidade, para que possamos, de fato,
educar nossas novas gerações a serem criaturas respeitáveis, amáveis,
acolhedoras. Precisamos de pessoas que visem um mundo onde se esqueçam
que há divisões de credo e raça, queremos uma geração onde somente se
vejam como humanos.
Somente assim, não seremos mais vitimas de
abandonos políticos e nossos marajoaras poderão, enfim, começar a viver
uma vida digna, humana. Assim não mais veremos obras mal feitas, sem
fiscalização, destruindo toda uma cidade, acabando com a paz de toda uma
nação. Enfim, conseguiremos extinguir essa psicopatia que assola vidas
na casa de nossos vizinhos, fantasiada de uma luta por Deus, camuflada
de protesto por liberdade.
Hoje choramos por vidas que se foram e
que estão indo aos poucos. Neste dia nos angustiamos com a presença de
indivíduos dispostos a criar obras colossais sem segurança, em nome de
um melhor lucro. Revoltamo-nos com a existência de grupos terroristas
que matam e ameaçam, não nos deixando com a paz que tanto sonhamos.
Mas espero que o mal que nos atinge hoje, seja a motivação necessária
para que, enfim, nos curemos de todo o mal em que nos afundamos e que
abre portas para a existência de seres tão vis.
Com o coração na
mão, despeço-me de vocês, queridos leitores, desejando que estas poucas
palavras atinjam o seu coração e mente para que reflita e mude de
atitude.
Canto do Coruja
Por Renan Medeiros
renanmedeiros_costa@yahoo.com.br
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