(Foto: Divulgação)
Já imaginou se,
entre as disciplinas do ensino básico, como português, matemática,
história, artes, tivesse também aulas de dança? Porém, as aulas não se
baseariam no recreativo ou no conhecimento de estilos, mas sim no
pensamento do corpo, da arte e da história a partir do movimento
corporal. Esta é a proposta de diversos professores, alunos e
pesquisadores da arte que estão organizando o 8º Seminário de Pesquisa
em Dança, que se encerra hoje, promovido pela Escola de Teatro e Dança
da UFPA (ETDUFPA), que vem discutir o tema “Formar Para Que? A Dança no
Cenário Político Brasileiro”. Dentre vários convidados, chama atenção a
participação de membros do corpo administrativo de poderes públicos que
trabalham com a educação, como a Secretaria de Educação do Município de
Belém e a Pró-Reitoria de Ensino e Pesquisa da Universidade Federal do
Pará. O objetivo? Questionar qual o espaço para o ensino da dança na
educação básica e superior.
Para a organizadora do evento, a
professora doutora da ETDUFPA, Ana Flávia Mendes, o tema surgiu pelo
fato do evento ter sido concebido em período de greve dos professores da
UFPA, caracterizando um momento político aflorado, mas também por conta
de discussões sobre o currículo do profissional de educação física do
ensino básico e a invisibilidade da dança como área de conhecimento.
“Essa discussão ainda está muito devagar. No âmbito da prefeitura de
Belém, da SEMEC – Secretaria Municipal de Educação, já há um espaço se
abrindo, houve concurso, mas ainda assim o professor de dança (ou de
teatro), é lotado como professor de artes, tendo que dar conta de
conteúdos que não são especificamente da dança. E nas escolas privadas
isso está mais distante. Porque mesmo que a gente veja uma movimentação
das danças nessas escolas, elas são consideradas atividades
extracurriculares. São escolinhas de dança dentro da escola”, explica.
Uma das convidadas é a professora
doutora da Universidade Federal da Bahia, Dulce Aquino, que visualiza
avanço nas políticas públicas voltadas para a dança. “Nós conquistamos
uma cadeira no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC – do
Ministério da Cultura), avançamos nos cursos de dança do país, por conta
do Reuni [programa do Ministério da Educação, que pretende reestruturar
e ampliar os cursos das universidades federais]. Temos presença firme
em algumas regiões do país, mas o mercado é difícil. A música tem uma
indústria poderosa, a televisão evidencia o teatro, mas a dança não”,
diz.
(Gustavo Aguiar/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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