(Foto: Elcimar Neves)
O Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública no Estado do Pará (Sintepp), mais uma
vez, criticou o governador Simão Jatene por manter a política de
descontos pelos dias parados na greve dos professores, que começou no
último dia 26 e durou 73 dias. Durante uma assembleia geral da
categoria, realizada anteontem, na Escola Estadual Marechal Cordeiro de
Farias, o Sintepp reafirmou a disposição de fazer a reposição das aulas
desde que o Governo do Estado suspenda os descontos.
O professor de sociologia da rede
estadual Alexandre da Silva Dias, 38, denunciou que há 5 meses tem
sofrido descontos abusivos em seus contracheques. Ele contou que, no mês
passado, recebeu apenas R$ 500 de salário, o que representa para ele
uma perda de R$ 1.800. Segundo o professor, apenas neste período, cerca
de R$ 4 mil já foram descontados.
SAÚDE
Além dos prejuízos financeiros,
Alexandre afirma que a situação tem afetado sua saúde, uma vez que faz
tratamento para úlcera e gordura no fígado. Sem dinheiro, ele tem
contado apenas com a solidariedade de amigos e familiares, que o ajudam a
comprar seus medicamentos. Ele explica que sofreu descontos até por
faltas em turmas nas quais não estava lotado.
“A Seduc só diz que vai haver uma rodada
de negociações e que preciso pedir documentos aos diretores. Mas esses
documentos nunca aparecem”, reclama. Membro da coordenação geral do
Sintepp Estadual, Alberto Andrade disse que o Governo informou que não
houve crescimento de receita para pagar o retroativo do piso salarial
dos professores, que é de R$ 1.917,78.
A proposta é que seriam encaminhados ao
sindicato os valores referentes à dívida do Governo para o pagamento do
piso dos professores, de 2011 a 2015, além do montante que ainda deve
ser descontado da categoria por falta-greve. “O Governo disse que
mandaria esses números para fazer o encontro de contas, mas até agora
não recebemos nada para poder discutir essa possibilidade com a
categoria”, informou Alberto. A reportagem do DIÁRIO solicitou nota à
Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas até o fechamento desta
edição não houve retorno.
(Pryscila Soares/Pararijos NEWS)
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