A Justiça Federal do Paraná homologou o acordo de delação premiada do
ex-funcionário da empresa italiana Saipem João Antônio Bernardi Filho,
réu na Operação Lava Jato, ontem de manhã, e ele foi solto. Bernardi
estava preso desde junho. Ele foi liberado sem tornozeleira eletrônica e
segue para casa, no Rio de Janeiro. "O João Antônio Bernardi Filho fez
um acordo e está indo para casa", afirmou o advogado que o representa,
Marlus Arns. Preso durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, cujo alvo
foram as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Ele estava detido
na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. O novo delator
responde na Justiça por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o advogado, com o acordo, Bernardi pagará uma multa de R$ 1
milhão e terá que devolver bens, incluindo imóveis e obras de arte, no
valor de R$ 40 milhões. No termo de colaboração juntado na ação penal a
que Bernardi responde, porém, a multa cível prevista é de R$ 3 milhões
-sendo que 80% devem retornar para a Petrobras, e 20% deve ser destinado
aos órgãos responsáveis pelas investigações. O acordo de colaboração
prevê ainda que as condenações de Bernardi nos crimes confessados não
podem ultrapassar 12 anos de reclusão. Deste total, porém, ele só deve
cumprir quatro meses em regime fechado, oito em regime semiaberto – com
prisão domiciliar –, e cinco anos em regime aberto. Após esse período,
ele ficará em liberdade condicional até o fim da pena.
Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor
de Serviços da Petrobras Renato Duque aceitou receber propina para
assegurar a contratação da empresa Saipem pela Petrobras para obra de
instalação de um gasoduto submarino. João Antônio Bernardi Filho era
funcionário da Saipem. Bernardi também foi diretor da Odebrecht até
2002, mas a atuação dele na empreiteira não faz parte da investigação.
Além do pagamento de propina, o MPF afirmou que Bernardi pagava
vantagem indevida com obras de artes. Os procuradores afirmam que cinco
das diversas obras apreendidas na casa de Duque tiveram nota fiscal
emitida em nome de Bernardi. Os pagamentos também ocorriam por meio de
depósitos no exterior com a utilização da off-shore Hayley do Brasil.
Até agora, o Ministério Público Federal divulga uma lista com 28
delatores na Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção na
Petrobras. (Pararijos NEWS)
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