(Foto: Agência Pará)
Para o sociólogo e
advogado criminalista Henrique Saúma, a segurança pública do Estado
segue à deriva. “Estamos sem rumo, completamente perdidos”, alerta.
Admirador da competência das polícias Civil e Militar do Pará, ele
admite que o ideal seria que o governador Simão Jatene baixasse a guarda
e pedisse apoio ao Governo Federal, embora compreenda que isso é o
mesmo que assinar um atestado de incompetência. “Obras são bonitas,
propaganda é positiva, mas é a população que sente no dia a dia que
aquilo está bem longe da realidade”, aponta.
Saúma lembra que alguns policiais
civis e militares acabam sendo vizinhos de traficantes, têm salários
baixíssimos e péssimas condições de trabalho, “e ainda têm de dar
resultado”. Para ele, a postura do Governo do Estado de ir a público
anunciar que há um alarde generalizado disseminado pela própria
população em redes sociais é preocupante. “É como se estivéssemos em
pânico por algo que criamos da nossa cabeça. Agem como se nada estivesse
acontecendo.”
Saúma cita, ainda, que em situações
como esta e também como a chacina dos dias 4 e 5 de novembro de 2014 a
administração se limita a aumentar o efetivo de policiais na rua. “Cadê
as respostas sobre o que houve em 2014? De novo a mesma história e sem
resposta na prática”, questiona o sociólogo.
Henrique Saúma reforça que o combate à
criminalidade precisa atacar as raízes do problema e propor soluções
que atinjam o que ele chama de ‘cinturão social’. Disse ainda que o
estado que se vive hoje, com mais de 30 homicídios na Região
Metropolitana de Belém por mês, é de caos, de limite. Ele é contra a
criação de mais leis ou aumentar penas para crimes. “É uma medida
populista e demagoga. O número de crimes não diminui”, justifica.
(Carolina Menezes/Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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