A paciente Maria das Mercês foi atendida dentro de ambulância. (Foto: Marcos Santos)
Os problemas no
atendimento do Pronto-Socorro Municipal do Guamá (PSM do Guamá)
continuam, mesmo depois de o Hospital Samaritano ter sido contratado
para realizar cirurgias de médio porte. Segundo o diretor do Sindicato
dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia, em função desta falta de
estrutura, os profissionais de saúde estão com alto nível de estresse.
No mês passado, segundo ele, uma médica sofreu uma tentativa de agressão
dentro do PSM e não teve mais condições emocionais de continuar
trabalhando.
A demanda no PSM do Guamá aumentou depois do
incêndio que atingiu o Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março (PSM da
14), em 25 de junho. Após 40 minutos de espera, a idosa Maria das Mercês
de Souza, 78, recebeu o primeiro atendimento em frente ao PSM do Guamá,
dentro da ambulância.
A idosa e a sua filha adotiva, Izabel
Mercês, de 61 anos, viajaram do município de Marapanim, nordeste
paraense, para tentar receber atendimento em Belém. Diabética e
hipertensa, Maria sentia muita dor após a viagem. Sem maca disponível,
mãe e filha só conseguiram entrar no PSM depois que a imprensa chegou ao
local.
A costureira Marilda Amorim, 40 anos,
aguardava na porta do hospital pelo pai, que estava prestes a chegar de
Barcarena para tentar ser internado no PSM do Guamá, após uma suspeita
de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Preocupada, Marilda disse temer que
o pai dela sofresse sem atendimento digno no PSM do Guamá. “A
prioridade deveria ser a vida. Mas, infelizmente, o que estamos vendo
aqui é muito descaso.”
UNIDADES
UNIDADES
Para João Gouveia, a Prefeitura de Belém
deveria divulgar mais o atendimento nas unidades básicas de saúde.
Segundo ele, 70% de pacientes atendidos no PSM do Guamá poderiam receber
o socorro nesses locais. “São dores abdominais, ferimentos depois de
topadas, uma dor de cabeça ou um quadro viral”, pontua.
Para o médico, o funcionamento da Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) do Jurunas, que está em obras, já ajudaria a
desafogar o PSM do Guamá. Mas, segundo ele, nenhuma obra tem a garantia
de ser inaugurada pelo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ainda este
ano.
(Wal Sarges / Diário do Pará/Pararijos NEWS)
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