Marcha tomou a praça Waldemar Henrique na tarde de ontem (Foto: Ricardo Amanajás)
A 14ª Parada do
Orgulho LGBT reuniu cerca de mil pessoas ontem em Belém. A caminhada
iniciou por volta do meio-dia, com concentração na Praça Waldemar
Henrique. Com o tema “Travestilidade e Transexualidade”, o evento foi
marcado pela diversidade e pluralidade de gêneros.
A advogada Fabrícia Silva, de 43 anos,
se autodenomina como uma mulher “SIS” (companheira de um homem
transexual). Ela conta que possui uma vida conjugal normal com o
parceiro, ainda que ele possua essa orientação sexual. “Desde que o
conheci, percebi que ele era diferente. Mas isso não afetou em nada a
nossa relação. Eu o apoio e sei da dificuldade em ultrapassar as
barreiras do preconceito da sociedade”, afirma. Duda Lacerda, integrante
da coordenação do evento, relata que a garantia de direitos ainda é um
sonho a ser alcançado por esse público. Ela conta que somente neste ano
será inaugurado um ambulatório para travestis que passam por tratamento
hormonal. “Como a maioria faz uso incorreto de hormônios, as sequelas
são imediatas. Agora esperamos que esse local funcione regularmente”,
diz Lacerda.
Dados da Ouvidoria Nacional e do
Disque Direitos Humanos mostram que, entre 2011 e 2014, foram
registrados mais de 7.600 denúncias de violação contra a população LGBT.
Só no ano passado, 232 casos de violência contra travestis e
transexuais foram registrados. Os Estados com maior número de registros
foram São Paulo (53 denúncias), Minas Gerais (26) e Piauí (20). A
discriminação é a maior citação das denúncias: foi a causa de 85% dos
registros. A violência psicológica é citada em 77% dos casos.
(Pararijos NEWS/Wal Sarges/Diário do Pará)
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