Comissão de Meio
Ambiente da Câmara Federal se reuniu, ontem, com a comunidade atingida
pelo naufrágio. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)
Enquanto centenas de
pessoas se reuniam na tentativa de encontrar soluções para os problemas
causados pelo naufrágio de um navio que provocou a morte de quase 5 mil
bois em Barcarena, o comerciante Paulo Roberto Souza, de 43 anos,
desfrutava de um churrasco, a poucos metros daquela reunião. Ele assava
uma parte da carne que retirou de um dos bois que morreu logo no início
da manhã do dia 6 deste mês, após a tragédia, mesmo com os alertas de
que não era para ninguém consumir a carne.
Enquanto isso, moradores do município de
Barcarena lotaram o salão paroquial da Igreja de São João Batista, no
distrito de Vila do Conde, na manhã de ontem, durante audiência pública
promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara Federal.
Segundo a professora Simone de Fátima
Pinheiro Pereira, do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da
UFPA, os 4.600 bois mortos que continuam presos dentro do navio
representam grandes riscos. “A decomposição desses animais produz 4
gases, 2 deles letais”, alerta. A professora afirma que, caso os 700 mil
litros de óleo não sejam retirados o mais rápido possível e ocorrer
novos vazamentos, os resquícios poderão permanecer no rio pelos próximos
40 anos.
Cerca de 40 famílias saíram de uma das
comunidades atingidas por que não conseguiram suportar o mal cheiro. O
problema, porém, já foi sanado, com a retirada dos bois mortos das
praias, trabalho coordenado pela Companhia Docas do Pará (CDP).
REIVINDICAÇÕES
Entre os vários representantes das
comunidades da região, Petronilo Progênio Alves, membro do grupo de
trabalho que representa 126 famílias, apresentou várias reivindicações,
entre elas, o acesso a água tratada, indenizações em caráter de
urgência, remanejamento das famílias atingidas e a construção de uma
central de monitoramento, gerenciamento e controle ambiental, formada
pelos órgãos ambientais, empresas e sociedade civil. Após as quase 5
horas de audiência pública, a comissão parlamentar foi até o píer da
Companhia Docas do Pará (CDP) visitar o local do acidente. Os
especialistas afirmaram que os trabalhos estão no rumo certo.
(Pararijos NEWS/Michelle Daniel/Diário do Pará)
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