O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do senador Edison Lobão
(PMDB-MA) englobando o período de 2011 a 2015. A informação foi
confirmada pela assessoria de imprensa do STF. As informações são do
blog de Matheus Leitão, do G1, portal de notícias da Rede Globo.
Se acordo com o jornalista, a quebra dos sigilos foi solicitada pela
Polícia Federal e concedida em 10 de dezembro de 2015, antes do início
do recesso do Judiciário. Zavascki também permitiu a quebra dos sigilos
de André Serwy, suposto operador do senador, e de empresas ligadas ao
senador.
Leitão diz que o ex-ministro de Minas e Energia, Lobão é investigado
no âmbito da Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina nas
obras da usina nuclear de Angra 3. "Ao G1, o advogado de Lobão, Antonio
Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o senador já tinha
colocado os sigilos à disposição da Justiça", diz o jornalista.
"Na realidade, o próprio ministro colocou à disposição da Polícia
Federal e do Ministério Público, quando foi depor, o seu sigilo fiscal e
todos os demais. Esta determinação não nos surpreende e está ao
encontro do que ele próprio propôs como senador da República", afirmou o
advogado.
O blogueiro ainda afirma que, em depoimento sob delação premiada
concedido em maio do ano passado aos investigadores da Lava Jato, o dono
da construtora UTC, Ricardo Pessoa, disse que, na época em que Lobão
era ministro, pagou a ele R$ 1 milhão, a fim de que o consórcio
integrado pela UTC obtivesse o contrato de parte da obra da usina de
Angra 3. O funcionamento da usina Angra 3 está previsto para ter início
em 2018. O custo total da obra é de mais de R$ 15 bilhões.
Segundo a delação premiada de Pessoa, Lobão indicou André Serwy para
receber o dinheiro em nome dele. De acordo com investigadores da Lava
Jato, diz o Leitão, Lobão tinha uma relação de proximidade com a família
de Serwy, que o chamava de "meu tio".
Na delação, Pessoa afirmou que Lobão tinha pressa em agilizar a
assinatura do contrato das obras de Angra 3 antes das eleições de 2014,
porque, segundo o empreiteiro, o então ministro queria obter das
empresas ganhadoras contribuições de campanha para o PMDB.
O blogueiro finaliza dizendo que Pessoa afirmou que, em encontro com o
ministro, Lobão teria dito: "Temos que assinar esse contrato, porque o
PMDB está precisando de dinheiro para campanha". O ex-ministro, ainda
segundo o depoimento do empreiteiro, sugeriu um percentual de propina de
1% a 2% do valor do contrato. (Pararijos NEWS)
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