Incêndio deixou a
estrutura do palacete abalada, mas, segundo o historiador, não veio ao
chão devido a reforma realizada no ano de 2001 (Foto: via WhatsApp)
Um incêndio de grandes
proporções destruiu um prédio histórico, fundado em 1895, na cidade de
Curuçá, nordeste paraense, durante a madrugada deste domingo (27).
As investigações devem ser fundamentadas em
duas linhas: acidental ou criminal. Já o laudo do Corpo de Bombeiros
deve ser divulgado nos próximos dias.
De acordo com Paulo Henrique, historiador
da cidade e especialista em patrimônio histórico, o prédio fica
localizado na praça Coronel Horácio Barbosa de Lima, considerado o maior
benfeitor da história política e administrativa de Curuçá, que também
dá nome ao palacete queimado.
"Foi um golpe muito grande para a cidade.
Este prédio faz parte da história de Curuçá e leva o nome do primeiro
intendente do município. O coronel Horácio está para Curuçá como Antônio
Lemos para Belém", comentou o professor.
PATRIMÔNIO
Segundo o historiador, o Palacete Barbosa
de Lima chama a atenção pelo estilo neoclássico, com bandeiras de ferro e
estátuas de deuses gregos e romanos em porcelana do porto.
O prédio foi tombado no ano de 2001
pelo patrimônio histórico municipal e comportava atualmente a biblioteca
pública da cidade. (Foto: via WhatsApp)
Na história de 120 anos, completados em
2015, o palacete Barbosa de Lima, comportou o terceiro grupo escolar do
Estado e, a partir de 1970, chegou a sediar a prefeitura, o fórum, o
cartório, a biblioteca pública e a câmara municipal de Curuçá.
"O acervo da biblioteca foi todo perdido. A
maioria dos documentos públicos foram salvos, pois haviam sidos
transferidos para o Arquivo Público Municipal que funciona em uma
paróquia", disse o historiador.
DENÚNCIAS
Ainda segundo Paulo Henrique, ele e outros
moradores da cidade, já haviam entrado com uma ação civil pública no
Ministério Público para denunciar as condições de abandono que se
encontrava o palacete.
"Este incêndio sendo criminoso ou não quem
perdeu foi a população de Curuçá. A perda é grande para a história e
memória política e arquitetônica. O poder público sempre se omitiu às
solicitações e denuncias da população, pois não havia janelas, sequer um
vigia para defender o prédio", salientou.
O Corpo de Bombeiros Militar do Pará,
sediado em Castanhal, foi acionado para debelar as chamas, mas, conforme
informações do historiador Paulo Henrique, chegou com mais de uma hora
após o início das chamas.
Por telefone, o DOL tentou
contato com a Secretaria de Educação de Curuçá, responsável pela
manutenção do prédio, mas ninguém foi encontrado para falar do assunto.
(Kleberson Santos/DOL/Pararijos NEWS)
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