Mãe e filho foram presos acusados de vender pelo menos 500 ingresso
para show gospel inexistente que seria realizado no Campo da Terra
Firme, na noite da última sexta-feira, 25. Maria Dalva Cardoso e Bruno
Cezar Cardoso Bahia organizaram o evento “Louvor Gospel”, cuja atração
principal seriam as cantoras Bruna Karla e Cassiane, que nunca souberam
de tal evento. Os dois chegaram a fazer faixas, cartazes e
confeccionaram 2 mil ingressos. A venda era feita numa loja de
confecções do bairro, dando a ideia de legitimidade. Porém, quando o
público chegou ao local, encontrou apenas com um aviso de que o evento
havia sido “cancelado por motivo de força maior”, mas sem qualquer
orientação para reaver o dinheiro do ingresso. Ambos foram autuados por
estelionato.
O crime foi registrado, inicialmente, na Unidade Integrada Pro Paz
(UIPP) da Terra Firme, onde Maria e Bruno foram levados para depor e
ficaram detidos. Ambos estavam no local onde o show ocorreria, mas se
recusavam a devolver o dinheiro. Pelo menos 200 pessoas tumultuavam a
entrada da unidade e tentaram invadir o prédio para agredir os falsos
empresários”. Foi necessário reforço policial para conter o tumulto e
somente seis pessoas resolveram registrar a ocorrência com relatos
diversos e alguns casos que comoveram os policiais da UIPP, como o de um
ajudante de pedreiro que gastou quase o que tinha para levar toda a
família ao show: dez ingressos ao preço total de R$ 250, dinheiro
conseguido após muitas horas extras de serviço. A Divisão de
Investigações e Operações Especiais (Dioe) assumirá o caso.
Com a quantidade de ingressos que Bruno vendeu durante um mês ele
conseguiu R$ 12,5 mil. O dinheiro, alega, seriam usadoo na reforma de
uma igreja localizada em São Brás, próximo ao Terminal Rodoviário de
Belém, só que nunca entregou nem um centavo ao pastor responsável pelo
templo. Ao proprietário do campo, onde o show seria realizado, os
acusados pagaram R$ 1,5 mil, além de R$ 920 para os propagandistas que
anunciavam o show pelo bairro e mais cerca de R$ 100 para confecção dos
ingressos e do material visual de divulgação. “Foi por uma boa causa”,
disse Bruno.
Maria disse que entregou o dinheiro para a confecção do material,
porém, não questionou o filho sobre mais detalhes do que iria fazer e
nem sabia dizer quem eram os artistas que iriam se apresentar no evento,
porém, chegou a ajudar na venda dos ingressos na última semana. Todo o
dinheiro era entregue a Bruno, que não prestava contas de nada. Ela
disse ter se arrependido da própria ingenuidade que a levou a “enganar
pessoas de bem e evangélicas”, garantindo que se soubesse tratar-se de
um golpe e que resultaria na condução dela a uma delegacia, jamais teria
aceitado a tarefa. Ambos nunca haviam sido presos ou processados.
“Vou correr atrás do meu prejuízo. Bati muito mais massa e carreguei
muito mais aterro do que podia para bancar”, relatou o ajudante de
pedreiro, que terá a identidade preservada. Ele e outras pessoas que
registraram ocorrência acharam que a venda dentro de uma loja dava
credibilidade ao show, mas ninguém viu propagandas mais amplas, como TV e
internet. Também não desconfiaram que a artista faria um show num local
tão pequeno. Na página dela no Facebook, a cantora até estava no Pará,
mas em Pacajá e no dia 24. Dia 25 ela teria um show noutro local.
(Pararijos NEWS)
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