A face cruel: 33,4% dos
estudantes paraenses não conseguem completar os ensinos Fundamental e
Médio nas idades consideradas adequadas (Foto: Bruno Carachesti/Arquivo)
O movimento “Todos
Pela Educação” divulgou ontem o relatório referente ao cumprimento das
metas estabelecidas para o biênio 2013-2014. Os números apontam o abismo
que ronda a educação no Estado do Pará onde 164.391 crianças e jovens,
com idades entre 4 e 17 anos estão fora das escolas. Os que conseguiram
concluir o Ensino Médio, mas pararam de estudar, somam 19.758 jovens
paraenses. As deficiências apontadas pelo relatório “De Olho Nas Metas
2013-14” mostram que o afamado “Pacto Pela Educação”, divulgado pelo
Governo do Pará, é sucesso apenas na publicidade oficial.
Com relação ao aprendizado das
disciplinas Português e Matemática, os estudantes paraenses estão entre
os piores do país. Na avaliação das taxas de conclusão do Ensino
Fundamental aos 16 anos e do Ensino Médio aos 19 anos por unidade da
federação em 2013, o Pará apresenta sua faceta mais cruel: enquanto o
Distrito Federal é a unidade da federação com a melhor taxa de conclusão
do Brasil para o fim da Educação Básica, com 68,1%, o Pará tem a pior
taxa nacional, com 33,4%. No Ensino Fundamental é a segunda pior do
Brasil, com 49,5, ficando atrás apenas de Alagoas (43,4%). Quando
comparada esta taxa com o ano anterior (2012), a evolução do ensino
paraense foi pífia: apenas 0,01% de avanço.
As deficiências do ensino da
Educação Básica e do Ensino Fundamental do Pará foram apontadas em
detalhes no relatório. Elas foram constatadas principalmente através do
monitoramento de dados oficiais (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio (Pnad) 2013 e na Prova Brasil/Saeb (MEC/Inep) 2013 divulgados
entre o final de 2014 e início de 2015).
O estudo publicado tem o objetivo
de acompanhar o cumprimento de cinco metas estabelecidas pelo movimento
para serem alcançadas até 2022 no país. A Meta 1, estabelecida em 2006,
prevê que “Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola deverão estar
matriculados e frequentando a escola, ou ter concluído o Ensino Médio
até o ano de 2022.” Na faixa etária entre 4 e 5 anos, estão fora da
escola 38.178 crianças paraenses. Entre os 6 e 14 anos são 26.997
crianças e jovens, e os adolescentes de 15 a 17 somam 47.847, o que
aponta para a deficiência no Ensino Médio.
O movimento Todos Pela Educação
mostra que neste dado há enormes diferenças regionais e de aspectos
socioeconômicos. “Entre os 25% da população com maior renda, 95,8% das
crianças de 4 e 5 anos frequentam a escola, enquanto a taxa de
atendimento dessa faixa etária entre os 25% com menor renda é de 85%”,
aponta o relatório. “O debate em torno dessa etapa já dura décadas e
mostrou poucos avanços. O desafio de se fazer uma escola atraente para o
jovem é motivo de discussões que, até agora, não se converteram em
políticas efetivas. E qualquer política específica para o Ensino Médio
não terá valor se não se resolverem os entraves da etapa anterior, os
Anos Finais do Ensino Fundamental, etapa que tem recebido ainda menos
atenção das políticas públicas nos últimos anos”, mostra o movimento.
PRAZO
O movimento Todos Pela
Educação divulgou ontem o relatório De Olho nas Metas, publicado a cada
dois anos para acompanhar os indicadores educacionais do Brasil. Os
resultados desta edição referem-se aos anos de 2013 e 2014.
Até 2022, prazo estipulado pelo TPE para atingir todas as metas, pelo menos 95% dos jovens brasileiros de 16 anos devem completar o ensino fundamental e 90% dos jovens de 19 anos devem concluir o ensino médio.
Até 2022, prazo estipulado pelo TPE para atingir todas as metas, pelo menos 95% dos jovens brasileiros de 16 anos devem completar o ensino fundamental e 90% dos jovens de 19 anos devem concluir o ensino médio.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário