O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat)
aprovou ontem o calendário proposto pelo governo para o pagamento do
abono salarial, que empurra parte dos desembolsos previstos para este
ano para 2016.
O pagamento diluído faz parte do pacote do ajuste fiscal apresentado
pela equipe econômica ainda no fim do ano passado. Com isso, em torno de
R$ 9 bilhões, que seriam pagos neste ano ficarão para 2016.
Como o orçamento de 2015 já previa o novo cronograma, não haverá
alteração no valor previsto na lei orçamentária para o abono, que é de
R$ 10,125 bilhões. O orçamento de 2016, aprovado mais cedo, também já
contemplava a diluição dos pagamentos.
Os desembolsos serão feitos em nove parcelas, entre julho deste ano e
junho de 2016. A proposta foi aprovada pelo Conselho por dez votos a
favor e sete contra. Representantes de seis centrais sindicais e da
Confederação Nacional de Serviços (CNS) foram contrários ao novo
calendário.
O Codefat aprovou a proposta orçamentária do FAT para 2016, que prevê
um total de R$ 76,480 bilhões no próximo ano. O valor é 15,27% maior do
que o previsto no orçamento de 2015. Desse total, a previsão é que R$
22,351 bilhões sejam destinados ao financiamento de programas do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 19,96% a mais do
que o montante destinado neste ano ao banco de fomento.
A proposta destina ainda R$ 34,888 bilhões para pagamentos do
seguro-desemprego (queda de 5,38%) e outros R$ 17,120 bilhões para o
abono salarial. Para este último, o montante previsto é 69,08% maior do
que o do orçamento de 2015, por conta do novo calendário de pagamentos. A
proposta contempla 23,4 milhões de beneficiários pelo abono salarial no
próximo ano (contra 12,8 bilhões esperados para 2015) e 7,9 milhões
pelo seguro-desemprego em 2016 (ante 9,4 milhões neste ano).
Pelo lado das receitas, o orçamento aprovado pelo Codefat prevê R$
55,877 bilhões em recursos do PIS/Pasep, crescimento de 29,08% em
relação a 2015. A proposta considera o fim da Desvinculação das Receitas
da União (DRU), de 20% das receitas do PIS/Pasep, ou seja, que retira
esses valores do fundo.
São esperados ainda R$ 15,591 bilhões em receitas de remunerações de
investimentos do fundo (+14,10%). Para fechar a conta, o conselho prevê
ainda o aporte de R$ 4,025 bilhões do Tesouro Nacional (ante R$ 6,7
bilhões projetados para este ano)
A proposta será encaminhada para o governo federal, que poderá fazer
mudanças no orçamento efetivamente previsto para o ano que vem. Em 2015,
a proposta aprovada pelo Codefat foi de R$ 82,421 bilhões, enquanto o
valor efetivamente previsto na Lei Orçamentária Anual foi de R$ 66,348
bilhões.
“PEDALADA”
Para o representante da Força Sindical no Codefat, Sergio Luiz Leite,
a decisão de ontem prejudica o trabalhador, em nome da economia de
gastos do governo para 2015. “O governo, para economizar em torno de R$ 9
bilhões, estendeu o calendário do pagamento, o que é muito ruim. Isso
significa que alguns trabalhadores podem ficar até 18 meses sem receber o
abono. (...) É uma pedalada. Em vez de ser a Caixa Econômica ou o Banco
do Brasil, agora é o trabalhador que entrou na pedalada”, afirmou. As
informações são do Portal G1.
O governo tentou mudar, por meio de medida provisória, as regras para o pagamento do abono salarial.
Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha exercido atividade
remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano, mas o
governo queria limitar o pagamento a quem tivesse trabalhado ao menos
seis meses. A mudança, no entanto, foi derrubada no Congreso.
Em 2014, pagamento foi antecipado
No último exercício, o calendário de pagamento do abono salarial, que
costumava começar em agosto, foi antecipado para julho. Ao todo, o
governo estimava pagar R$ 17 bilhões a 23 milhões de trabalhadores.
Os trabalhadores inscritos no Programa de Integração Social (PIS)
recebem o abono salarial nas agências da Caixa – no caso de
correntistas, o crédito é feito na conta. Os inscritos no PIS que
tiverem o Cartão do Cidadão com senha cadastrada também podem fazer o
saque em lotéricas, caixas de autoatendimento e postos do Caixa Aqui. Os
inscritos devem apresentar um documento de identificação e o número do
PIS.
(Pararijos NEWS)
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