(Foto: Divulgação)
O tempo para se aproveitar a
janela aberta para o desenvolvimento da região sul e sudeste está se
esgotando e se não for tomada uma decisão rápida para se criar vias
locais e de logística para o escoamento da produção de grãos, minerais e
todas as outras cadeias de produção, a região poderá perder a
oportunidade se a “janela se fechar”. Essas foram as palavras do
presidente da Associação Industrial e Comercial de Marabá, Ítalo
Ipojucan.
O empresário, que já tem larga experiência
no assunto e que retomou novamente o comando da Acim após a morte de
Gilberto Leite em novembro de 2014, fala com propriedade sobre o assunto
e afirma: Se o governo do estado não olhar logo para a região de
Carajás, perderemos uma grande oportunidade que está sendo criada agora
para a expansão de nossa economia e para a saída da crise que assola o
Brasil e a região. Ele se refere a pelo menos duas situações que
acontecem agora: a logística da Soja por meio do Distrito de Miritituba
(PA) e da ferrovia Norte-Sul entre Barcarena, no Pará, e Açailândia, no
Maranhão.
Esse projetos fazem parte do Programa de
Investimentos em Logística (PIL) 2015/2018 do governo federal, foram
apresentados pelo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, no
último dia 22, no auditório da Federação das Indústrias do Pará
(Fiepa), em Belém. No total, o investimento estimado na região alcança
R$ 24,3 bilhões, que serão destinados para obras de modernização da
infraestrutura de transportes do país.Outro projeto apresentado neste
caso, pelo governo do estado, é a ferrovia estadual Fepasa.
A ferrovia estadual será uma concessão à
iniciativa privada, responsável por todos os investimentos na
implantação e operação da ferrovia. Caberá ao governo estadual a
fiscalização e regulação da atividade ferroviária.Diferente do projeto
de extensão da Norte-Sul, do Governo Federal, a ferrovia estadual possui
um traçado bem maior no território paraense. Iniciaria em Santana do
Araguaia e passaria por vários municípios, como Redenção, Xinguara,
Marabá, Rondon, Nova Ipixuna, Ulianópolis, Paragominas, Barcarena e
Colares.
O problema: Nenhum desses projetos incluiu
as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço e da Hidrovia
Araguaia-Tocantins, que nesse caso, são importantíssimas para a
região.Segundo Ítalo Ipojucan, o problema maior é que as obras do
Programa de Investimentos em Logística (PIL) e da paraense Fepasa, devem
levar no mínimo mais de 10 anos para ficarem prontas. No caso da
Hidrovia, segundo estimativas prévias, as obras levariam no máximo dois
anos e meio, tempo muito menor e muito mais oportuno. E mais, segundo
ele, em dez anos a “janela” atual da oportunidade que vivemos agora, já
estará fechada.
“Já temos exemplo de que a Hidrovia é
possível, é viável e é competitiva. Nas águas altas (período em que o
rio Tocantins está com volume de água bem alto), nós já tiramos pelo
segundo ano consecutivo o Manganês e enviamos essas tantas toneladas
pelo rio Tocantins, em um porto em Marabá que está em uma fase
embrionária”, destacou ele.
“É preciso que a Hidrovia aconteça no tempo
real, ela não estabelece competitividade nos setores, eles se completam
na verdade. A ferrovia vai dar a dinâmica que o sul do Pará , em cidades
como Santana do Araguaia e Tucumã, por exemplo, precisam”, disse Ítalo.
“Mas nós estamos falando de algo que enxergamos em um processo mais
longo e no imediato, em curtíssimo prazo, temos a Hidrovia que vai
tornar certamente um Pará antes e um após a criação dela”, esclareceu
Ipojucan.
SOJA
A região de Marabá e das cidades próximas
ainda tem um diferencial mais importante para a economia, segundo o
presidente da Acim: A produção de grãos em breve vai ser mais influente
aqui na nossa região, reforçando ainda mais a implantação imediata da
Hidrovia. “O vetor de diversificação e da multiplicidade da oportunidade
que essa cadeia (a da Soja e de grãos) vai proporcionar ao nosso
universo comercial é infinito, é gigantesco”, disse. “E nós temos que
ser capazes de monitorar esse movimento e fazer com que as políticas
públicas cheguem concomitante à instalação do movimento e nós possamos
estar agregando esses valores, conquistando essas janelas”, disse o
presidente da Acim, Ítalo Ipojucan.Mas surgiu uma nova luz no fim do
túnel com a indicação da presidente Dilma Ruosseff do nome do ministro
da Pesca e Aquicultura Helder Barbalho para conduzir as negociações das
obras de derrocamento do Pedral do Lourenço. O anúncio foi feito na
semana passada durante a visita da ministra Kátia Abreu e do ministro
Helder no parque de exposições de Marabá. Uma reunião em Brasília nos
próximos dias deverá dar rumo sobre a situação.
(Pararijos NEWS)
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